SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira durante uma cúpula com líderes europeus que os países da América Latina e do Caribe não admitem "medidas unilaterais, golpistas e políticas de isolamento" e que, portanto, rechaçam a adoção de quaisquer sanções contra a Venezuela.
Ao discursar na 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia, em Bruxelas, Dilma afirmou que a Unasul está trabalhando para promover o diálogo político na Venezuela.
"Sabemos que tais medidas são contraproducentes, ineficazes e injustas. Por isso, rechaçamos a adoção de quaisquer tipos de sanções contra a Venezuela", disse Dilma.
A Venezuela vive uma prolongada crise política, e em março os Estados Unidos declararam o país uma ameaça à segurança nacional, além de ordenar sanções contra autoridades venezuelanas.
Dilma elogiou a reaproximação dos EUA e da UE com Cuba e disse que os presidentes cubano, Raúl Castro, e norte-americano, Barack Obama, deram uma prova de "coragem política".
Ela também defendeu o fim do "anacrônico embargo" dos EUA ao povo cubano como "imprescindível para completar essa mudança".
A presidente reafirmou a intenção do Mercosul de avançar na consolidação da relação com a UE e disse que o bloco sul-americano está pronto para o intercâmbio de ofertas de acesso aos mercados e concluir um acordo "abrangente e equilibrado" ainda neste ano.
"Essa é uma prioridade na agenda externa do Mercosul e do Brasil", disse.
Sobre o clima, Dilma disse esperar que um acordo ambicioso e equilibrado seja alcançado na cúpula climática da Organização das Nações Unidas no fim do ano em Paris, com uma cooperação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
"Acreditamos, no entanto, ser imprescindível que a cooperação na área do clima... se dê por meio do financiamento de ações de mitigação, crédito de carbono e transferência de tecnologia sustentáveis."
(Por Bruno Marfinati)