BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, indicou neste domingo que não há necessidade de reduzir o número de ministérios --hoje são 39 pastas --, caso seja reeleita em outubro, diferentemente dos seus principais adversários que apontam para uma grande redução da estrutura.
"Esse formato responde ao momento histórico do Brasil", disse Dilma a jornalistas no Palácio da Alvorada ao ser questionada sobre a atual estrutura administrativa do seu governo.
A presidente argumentou que mesmo ministérios menores, que poderiam ser secretarias, são necessários para colocar em prática as políticas públicas do governo.
"Falaram que querem acabar com o Ministério da Pesca. Esse país tem uma costa marítima extraordinária, tem o maior volume de água doce do mundo. Nós temos que fazer um enorme esforço porque na pesca estamos muito aquém do podemos fazer", disse Dilma citando uma mudança proposta pelo candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, que afirmou na semana passada que fundirá a Pesca com o Ministério da Agricultura.
Dilma defendeu também a manutenção de ministérios de Política de Promoção da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, e das Políticas para as Mulheres, se comprometendo a mantê-los caso seja reeleita.
Segundo ela, é uma "cegueira tecnocrática" não perceber a importância de manter essas secretarias com status de ministério.
Ela criticou ainda a proposta de Aécio de fundir pastas de área de infraestrutura, como transportes, aeroportos, portos e energia em apenas um superministério.
"Querer acabar com o Ministério de Minas e Energia, eles (do PSDB) já quiseram fazer (no passado). E deu no que deu...fizeram barbaridades na área de energia elétrica", atacou.
PETROBRAS
Questionada sobre a necessidade de um reajuste nos combustíveis para reforçar o caixa da Petrobras, Dilma não quis comentar.
"Ela (Petrobras) está ampliando a quantidade de petróleo que ela produz de forma sistemática e esses resultados da Petrobras serão revertidos", afirmou.
Dilma reclamou ainda das críticas da oposição à gestão da estatal e classificou de factóides as recentes denúncias envolvendo a empresa, como uma suposta combinação de perguntas e respostas entre parlamentares da base aliada e dirigentes da estatal na CPI da Petrobras.
"Acho fundamental que na eleição haja a maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factóide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso", afirmou.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro; Edição de Luciana Bruno)