Por Crispian Balmer e Angelo Amante e Gavin Jones
ROMA (Reuters) - O ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi começou nesta quarta-feira a tentar formar um governo na Itália para encerrar a crise política, enfrentar a emergência do coronavírus e superar a profunda recessão econômica no país.
Draghi, amplamente apontado como responsável por salvar a zona do euro do colapso em 2012, aceitou a incumbência do chefe de Estado Sergio Mattarella, dizendo que estava confiante de que poderia encontrar apoio no fragmentado Parlamento italiano para um novo governo.
Os mercados financeiros se recuperaram, esperançosos de que Draghi possa liderar as tão esperadas reformas para impulsionar o crescimento na terceira maior, mas mais lenta, economia da zona do euro.
Todos os olhos se voltam para o Parlamento, onde Draghi precisa ganhar o apoio de partidos hesitantes e divididos em todo o espectro político para fazer um governo decolar.
"Este é um momento difícil", disse Draghi após se reunir com Mattarella. “Vencer a pandemia, completar a campanha de vacinação, oferecer respostas aos problemas do dia a dia das pessoas e retomar o país são os desafios que enfrentamos.”
O presidente agiu rapidamente para atrair Draghi depois que negociações visando salvar a coalizão de 17 meses do primeiro-ministro Giuseppe Conte implodiram na noite de terça-feira.
Mattarella alertou que um novo governo tem que assumir imediatamente para evitar que a Itália perca mais de 200 bilhões de euros de um fundo da União Europeia projetado para ajudar a superar a crise econômica.
(Reportagem adicional de Giselda Vagnoni, Giuseppe Fonte em Roma, Maria Pia Quaglia e Sara Rossi em Milão)