Por Crispian Balmer e Angelo Amante
ROMA (Reuters) - Mario Draghi, ex-chefe do Banco Central Europeu, iniciou consultas sobre a formação de um novo governo italiano nesta quinta-feira, e o maior partido do Parlamento, o Movimento 5-Estrelas, suavizou a hostilidade inicial à sua indicação.
Com a Itália no meio de uma crise de saúde e econômica, o chefe de Estado deu a Draghi na quarta-feira a autoridade para montar um governo. O governo de coalizão anterior, que incluía o partido anti-establishment 5-Estrelas, desmoronou em clima de rivalidade.
Em seus primeiros comentários públicos sobre a turbulência política, o primeiro-ministro de saída, Giuseppe Conte, desejou tudo de bom a Draghi e disse esperar que o próximo governo tenha uma natureza política e não seja composto somente de tecnocratas sem filiação.
As palavras de Conte – ele mesmo sem partido, mas próximo do 5-Estrelas – foram vistas como um sinal de que seus aliados de gabinete deveriam cogitar trabalhar com Draghi, uma das figuras institucionais mais respeitadas tanto na Itália quanto na Europa.
Dada sua grande presença no Parlamento, o 5-Estrelas poderia desempenhar um papel crucial nos próximos dias. Tradicionalmente oposto a governos de tecnocratas, ele repudiou Draghi instintivamente quando este recebeu os primeiros acenos.
Mas Luigi Di Maio, ministro das Relações Exteriores de saída e político veterano do 5-Estrelas, pediu cautela nesta quinta-feira, dizendo que sua legenda "tem a tarefa de se encontrar (com Draghi), ouvir e depois tomar uma posição".
(Reportagem adicional de Giuseppe Fonte)