DUBAI (Reuters) - Dubai, uma cidade no deserto que se orgulha de sua arquitetura futurista, ficou ocupada nesta quinta-feira limpando suas estradas alagadas e casas inundadas, dois dias depois que uma tempestade recorde fez cair a chuva estimada para um ano inteiro em um único dia.
O Aeroporto Internacional de Dubai ainda enfrentava dificuldades para destravar o acúmulo de voos, e muitas estradas ainda estavam inundadas após o dilúvio de terça-feira.
As chuvas foram as mais fortes registradas nos Emirados Árabes Unidos nos 75 anos em que há registros. Elas paralisaram grande parte do país e causaram danos significativos.
As inundações deixaram moradores presos no trânsito, nos escritórios e nas residências. Muitos relataram vazamentos em suas casas, enquanto imagens que circularam nas redes sociais mostravam shoppings inundados com água jorrando dos telhados.
O tráfego permaneceu bastante prejudicado. Uma rodovia que atravessa Dubai foi reduzida a uma única pista em uma direção, enquanto a estrada principal que liga Dubai à capital Abu Dhabi foi fechada na direção de Abu Dhabi.
"Isso não se parece com nada. Foi como uma invasão alienígena", disse Jonathan Richards, um britânico que mora em Dubai, à Reuters .
Nas ruas de Dubai, alguns veículos, inclusive ônibus, podiam ser vistos quase totalmente submersos na água. Longas filas se formaram nos postos de gasolina.
O aeroporto de Dubai ainda não havia retomado a operação normal depois que a tempestade inundou as pistas de taxiamento, forçando desvios, atrasos e cancelamentos de voos.
O local também tinha dificuldades para levar alimentos aos passageiros retidos, pois as estradas próximas estavam inundadas e a superlotação limitou o acesso àqueles que tinham reservas confirmadas.
A tempestade, que atingiu o vizinho Omã no domingo, atingiu os Emirados Árabes na terça-feira, com 20 mortes registradas em Omã e uma nos Emirados Árabes.
As chuvas são raras nos Emirados Árabes Unidos e em outros lugares da Península Arábica, que é normalmente conhecida por seu clima desértico e seco. As temperaturas do ar no verão podem ultrapassar os 50ºC.
Especialistas em clima culpam o aquecimento global por esses eventos climáticos extremos.
(Por Alexander Cornwell, Federico Maccioni, Yousef Saba, Abir Ahmar e Amr Alfiky)