Por Lawrence Hurley e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Uma mulher que acusou o indicado do presidente Donald Trump à Suprema Corte, Brett Kavanaugh, de abusá-la sexualmente décadas atrás ainda não concordou em testemunhar em audiência no Senado dos Estados Unidos marcada para a próxima segunda-feira, levantando dúvidas sobre se o confronto público de alto risco irá acontecer.
Christine Blasey Ford, uma professora universitária da Califórnia cujas acusações colocaram em risco a indicação anteriormente segura de Kavanaugh, não respondeu tentativas do Comitê Judiciário do Senado, liderado por republicanos, de contatá-la sobre presença na audiência, disse o presidente do comitê, Chuck Grassley, nesta terça-feira.
Trump intensificou sua defesa a Kavanaugh e expressou simpatia em relação ao indicado, que se encontrou com autoridades na Casa Branca pelo segundo dia consecutivo, embora não tenha se reunido com o presidente.
“Me sinto tão mal por ele estar passando por isto, para ser honesto com vocês”, disse Trump em entrevista coletiva”. “Este não é um homem que merece isto.”
“Tomara que a mulher se apresente, declare seu caso. Ele irá declarar seu caso perante representantes do Senado dos Estados Unidos. E então eles irão votar. Eles irão analisar a carreira dele. Eles irão analisar o que ela tem a dizer, de 36 anos atrás, e nós veremos o que acontece”, acrescentou Trump.
A audiência representa um momento decisivo para as chances de confirmação do juiz federal conservador da corte de apelações para um cargo vitalício na corte mais alta dos EUA, conforme Trump busca mover o Judiciário federal dos EUA para a direita.
Grassley, cujo comitê supervisiona o processo de confirmação, inicialmente disse que a audiência planejada seria pública, mas outros republicanos indicaram que o encontro pode ser feito a portas fechadas se Ford pedir isto.
Ford acusou Kavanaugh de tentar atacá-la e retirar suas roupas quando ele estava bêbado em 1982 em Maryland, subúrbio nos arredores de Washington, quando eram alunos de escolas diferentes de ensino médio. Kavanaugh chamou a acusação de “completamente falsa”.
Republicanos controlam o Senado apenas por uma pequena margem, o que significa que quaisquer deserções no partido podem afundar a indicação e criar um grande retrocesso para Trump.