Por Luke Baker e Andreas Rinke
LONDRES/BERLIM (Reuters) - Agora que os norte-americanos estão indo às urnas, primeiros-ministros e presidentes de todo o mundo enfrentam uma questão delicada: quando parabenizar o eventual vencedor, especialmente levando em conta o risco de o resultado da eleição ser contestado.
Por um lado, existe a chance de a votação popular apontar uma coisa e o Colégio Eleitoral --que na verdade determina o vencedor-- apontar outra. Além disso, o presidente Donald Trump alegou diversas vezes que a votação pelo correio está sujeita a fraudes, insinuou que pode não aceitar o resultado e disse que a Suprema Corte pode ter que decidir o vencedor.
"É preciso ser veloz e claro ao enviar os cumprimentos, especialmente a um aliado tão importante", disse um conselheiro de política externa de um líder do norte da Europa.
"Mas é arriscado desta vez. Não se pode errar ou agir cedo demais. Podemos tomar um chá de cadeira durante algum tempo após o dia da eleição."
A disputa de 2016 entre Trump e Hillary Clinton teve um desfecho apertado --Hillary venceu o voto popular, mas Trump teve a maioria do Colégio Eleitoral.
Neste ano, Jean-Claude Juncker, ex-presidente da Comissão Europeia, disse que é crucial não dar os parabéns cedo demais.
O principal conselheiro de outro líder europeu descreveu a situação como "complicada e delicada", dizendo que ela depende de quão claro o resultado será e de os dois candidatos o aceitarem. Ambos podem clamar vitória, disse.
O Canadá tem um plano para enviar comunicados de parabenização somente quando surgir um vencedor claro, mas isso pode não ser óbvio.
(Reportagem adicional de David Ljunggren em Ottawa)