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Editora do jornal Die Welt se demite em protesto contra Musk

Publicado 30.12.2024, 09:56
© Reuters Editora do jornal Die Welt se demite em protesto contra Musk

A editora de Opinião do jornal alemão Die Welt, Eva Marie Kogel, pediu demissão após o veículo publicar um artigo do empresário Elon Musk. O dono da rede social X e de empresas como Tesla (NASDAQ:TSLA), Starlink e Space X criticou o Welt por classificar em suas reportagens o partido AfD (Alternative für Deutschland, em português como Alternativa para a Alemanha) como sendo de extrema direita.

Eva Marie Kogel apresentou seu pedido de demissão na 6ª feira (27.dez.2024), logo depois que o Welt decidiu mandar para publicação o artigo de Elon Musk na versão impressa do jornal. Kogel divulgou sua decisão no seu perfil no X: “Sempre gostei de chefiar o departamento de opinião do ‘Welt’ e “WamS”. Hoje [28.dez] foi publicado um texto de Elon Musk no ‘Welt am Sonntag’ [versão dominical do ‘Welt’]. Ontem apresentei minha demissão”.

No texto que publicou no Welt, Musk argumenta que as agremiações partidárias tradicionais da Alemanha falharam porque a economia do país está estagnada, há muita agitação social e erosão da identidade nacional.

Musk nasceu na África do Sul. Ele se tornou cidadão norte-americano em 2002. No artigo para o Welt, afirma que Alemanha se tornou “confortável com a mediocridade” e incentiva tensões culturais ao abrir suas fronteiras para um grande número de imigrantes estrangeiros. Essa é uma posição semelhante à que o empresário defende nos Estados Unidos, onde mantém relações próximas com o presidente eleito, Donald Trump (Republicano), que o nomeou para um cargo no futuro governo voltado a reduzir a burocracia da máquina pública, o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge).

Na sua rede social, um pouco antes do Natal, Musk expressou apoio ao AfD. Ele considera o partido a “única esperança para a Alemanha”, e questionou a categorização do partido como sendo de extrema direita.

“A AfD está comprometida com uma política de imigração controlada que prioriza a integração e a preservação da cultura e segurança alemãs”, escreveu Musk. “Não se trata de xenofobia, mas de garantir que a Alemanha não perca sua identidade na busca pela globalização. Uma nação deve preservar seus valores essenciais e herança cultural para permanecer forte e unida”.

Um trecho em particular do artigo de Musk chamou a atenção de adversários políticos da AfD: a menção que o empresário faz à líder do partido, Alice Weidel. Ela tem uma parceira do mesmo sexo e do Sri Lanka (o jornal espanhol El Mundo publicou um perfil de Weidel em 2017). Esta foi a afirmação de Musk: “A representação da AfD como extremista de direita é claramente falsa, considerando que Alice Weidel, a líder do partido, tem uma parceira do mesmo sexo do Sri Lanka! Isso parece Hitler para você? Por favor!”.

O artigo de Musk foi encomendado diretamente por Mathias Döpfner, que comanda a edição dos veículos o grupo de mídia Axel Springer –que além do jornal Die Welt é também proprietária do jornal digital Politico, com sede nos Estados Unidos e operação também na Europa, a partir de Bruxelas.

O texto de Musk foi publicado em contraponto a um artigo de Jan Philipp Burgard, editor-chefe do Die Welt. No seu texto, Burgard havia afirmado que, embora o diagnóstico de Musk sobre os problemas da Alemanha pudesse estar correto, a avaliação de que só a AfD poderia salvar o país estava “completamente errado”.

Eis o início do artgo de Burgard, como foi apresentado pelo Die Welt: “Elon Musk acredita que apenas a Alternativa para a Alemanha poderia reformar fundamentalmente o país. Completamente errado, responde Jan Philipp Burgard. A AfD é parcialmente xenófoba e antissemita. É por isso que ela é um perigo para a Alemanha. Pouco antes do Natal, uma postagem de Elon Musk em sua plataforma X causou polêmica. Para Musk, só a AfD poderia impedir o declínio da Alemanha. Num texto que o empresário Musk forneceu à Welt am Sonntag, tentou justificar esta afirmação. É um texto que apela à contradição. Jan Philipp Burgard assume esta resposta”.

Burgard destaca em seu texto a intenção da AfD de se reaproximar da Rússia, pois o partido defende a restauração do comércio e o fim das sanções a Moscou. O editor também se mostra crítico sobr a a intenção da AfD de pacificar a relação entre Alemanha e China e deixar a União Europeia. Para Burgard, isso seria uma “catástrofe”.

“A AfD não é apenas Alice Weidel, mas também Björn Höcke”, escreveu o Sr. Burgard, ao mencionar o líder da seção regional da AfD na Turíngia por seu uso repetido de slogans e saudações nazistas, algo que é proibido por lei na Alemanha.

Musk tem opinado sobre a conjuntura da Alemanha porque tem muitos investimentos no país. A Tesla construiu uma grande fábrica em Brandemburgo, no que foi o primeiro empreendimento da montadora de carros elétricos na Europa.

O empresário critica a decisão da Alemanha de eliminar a energia nuclear para depender de combustíveis fósseis e energia renovável como “custosa” e “ingênua”. Para Musk, o país não tem como garantir o fornecimento de energia de maneira firme e estável e desprezar a fonte nuclear deixa a economia em risco.

A Alemanha terá em breve uma troca de governo, pois há eleição marcada para 23 de fevereiro, O governo do chanceler alemão, Olaf Scholz, entrou em colapso agora no final de 2024.

A AfD está em 2º lugar nas pesquisas de opinião e pode frustrar uma maioria de centro-direita ou centro-esquerda no pós-eleição.

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