Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os principais índices futuros em Wall Street iniciavam o novo ano em alta, à espera da divulgação dos números semanais de pedidos de auxílio-desemprego e de dados cruciais sobre a atividade manufatureira dos EUA.
Indicadores chineses similares apontaram uma leve melhora, enquanto os preços de imóveis no Reino Unido reforçaram a resiliência do setor.
A Apple será destaque no âmbito corporativo, com a gigante tecnológica oferecendo descontos incomuns para seus iPhones na China.
No Brasil, o destaque fica para a nova presidência do Banco Central.
Confira agora mais detalhes dos assuntos mais importantes desta manhã.
1. Apple oferece descontos na China
A Apple (BVMF:AAPL34) (NASDAQ:AAPL) iniciou uma campanha promocional de descontos para seus mais recentes modelos de iPhone na China, uma iniciativa rara que reflete o aumento da competição com fabricantes locais no maior mercado de smartphones do mundo.
De acordo com o site da empresa, a promoção ocorre de 4 a 7 de janeiro e abrange vários modelos de iPhone.
A gigante da tecnologia enfrenta uma redução em sua participação de mercado no país, em meio ao fortalecimento de concorrentes locais.
A Huawei, destaque entre os rivais, recentemente reduziu os preços de diversos dispositivos de alta tecnologia, incluindo smartphones, em uma das principais plataformas de comércio eletrônico da China.
No segundo trimestre de 2024, a Apple chegou a sair do grupo das cinco maiores fornecedoras de smartphones da China, recuperando a posição no terceiro trimestre.
Ainda assim, as vendas de iPhones no mercado chinês caíram 0,3% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao ano anterior, enquanto a Huawei registrou um impressionante crescimento de 42% no mesmo período, segundo a consultoria IDC.
Os futuros de ações dos EUA subiam na quinta-feira, com o mercado dando continuidade ao otimismo observado em 2024, que terminou com ganhos robustos.
Às 8h05 (de Brasília), o contrato Dow futures estava em alta de 0,45%, o S&P 500 futures subiu 0,67%, e o Nasdaq 100 futures subiu 0,83%.
Apesar de devolverem parte dos ganhos nos últimos dias de 2024, os índices fecharam o ano em território positivo. O S&P 500 registrou alta de 23%, o Dow Jones avançou quase 13%, e o Nasdaq Composite, voltado para tecnologia, liderou com crescimento de 29%.
Para 2025, os mercados podem encontrar desafios para manter esses desempenhos expressivos, já que o Federal Reserve indicou uma postura mais cautelosa em relação à redução das taxas de juros.
A semana, encurtada pelo feriado, trouxe poucos dados econômicos. Contudo, nesta quinta-feira, serão divulgados os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego e o índice PMI industrial da S&P Global referente a dezembro. Esses dados são aguardados antes do relatório mensal oficial de emprego, previsto para a próxima semana.
CONFIRA: Monitor de juros do Fed
2. Atividade industrial chinesa decepciona
A atividade industrial chinesa cresceu em dezembro, mas a um ritmo mais lento do que o esperado, sugerindo que as recentes medidas de estímulo estão lutando para impulsionar a segunda maior economia do mundo.
O PMI de manufatura Caixin cresceu 50,5 em dezembro, em comparação com as expectativas de 51,6 e com a leitura do mês anterior de 51,5.
A pesquisa privada foi realizada poucos dias depois que os dados do PMI do governo também mostraram que o setor industrial se expandiu em dezembro, mas em um ritmo um pouco mais lento do que o esperado.
A leitura do Caixin difere da leitura oficial em seu escopo, em que a pesquisa do governo se concentra mais em empresas estatais maiores no norte, enquanto os dados do Caixin abrangem empresas privadas menores no sul. Os investidores geralmente usam as duas leituras para obter uma visão mais ampla da economia chinesa.
Pequim tem distribuído uma série de medidas de estímulo desde o final de setembro, mas ainda se espera que anuncie medidas mais pesadas em 2025, em face do aumento dos ventos contrários comerciais com o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
Trump prometeu impor tarifas comerciais pesadas à China, o que pode ser um mau presságio para a segunda maior economia do mundo, que está lutando para sustentar o crescimento.
3. Setor imobiliário do Reino Unido continua resiliente
Os preços das casas no Reino Unido subiram em dezembro, de acordo com o credor hipotecário Nationwide, com a continuidade da recuperação do mercado imobiliário do país.
Preços dos imóveis no Reino Unido aumentaram 0,7% em termos mensais em dezembro, após um aumento de 1,2% em novembro, informou a Nationwide.
A resiliência do mercado imobiliário do Reino Unido surpreendeu muitos, dadas as indicações de enfraquecimento da atividade em toda a economia, com os preços encerrando o ano 4,7% mais altos do que o nível de dezembro de 2023, acima dos 3,7% em novembro - a maior taxa de crescimento anual desde o final de 2022.
"A atividade do mercado hipotecário e os preços dos imóveis se mostraram surpreendentemente resilientes em 2024, dados os desafios contínuos de acessibilidade enfrentados pelos compradores em potencial", disse Robert Gardner, economista-chefe da Nationwide.
4. O petróleo ganha com o otimismo do crescimento chinês
Os preços do petróleo subiram na quinta-feira, ajudados pelo declínio dos estoques de petróleo dos EUA, enquanto os comerciantes observavam com cautela uma recuperação econômica na China, o maior importador do mundo.
Às 8h08, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) subiram 1,48%, para US$72,78 por barril, enquanto o contrato Brent subiu 1,41%, para US$75,69 por barril.
A atividade fabril da China cresceu em dezembro, de acordo com a pesquisa do setor privado Caixin/S&P Global na quinta-feira, mas em um ritmo mais lento do que o esperado.
Isso ecoou a pesquisa oficial de terça-feira e sugeriu que o estímulo político está gradualmente chegando à segunda maior economia do mundo.
O Instituto Americano do Petróleo informou na terça-feira que os estoques de petróleo dos EUA caíram em 1,4 milhão de barris na semana passada.
Os dados oficiais da Administração de Informações sobre Energia devem ser divulgados na quinta-feira, e uma queda nos estoques de petróleo dos EUA tende a indicar um aumento na demanda por petróleol.
CONFIRA: Cotações das commodities
5. BCB brasileiro com novo presidente
Após duras críticas de membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Roberto Campos Neto devido ao aumento na taxa de juros, o Banco Central brasileiro tem um novo presidente a partir de 2025. Gabriel Galípolo, que era diretor de política monetária da autarquia, assume a presidência com a missão de levar a inflação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O economista é bacharel e mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), já foi professor universitário, presidente do Banco Fator, e havia passado pelo cargo de secretário executivo no ministério da Fazenda, aliado de Fernando Haddad.
Com expectativas desancoradas, dólar elevado e pressão fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve iniciar o ano com novos dois aumentos na taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em 1 ponto percentual, conforme o forward guidance indicado na última decisão de 2024.
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