Taxas futuras recuam com impasse comercial entre Brasil e EUA e falas de Galípolo no radar
Investing.com -- As criptomoedas iniciaram a semana em um clima de otimismo, embaladas por um rali que impulsionou o Bitcoin a superar brevemente a marca de US$ 122 mil. Esse movimento de alta, que reverteu perdas recentes, colocou o mercado próximo de seus picos históricos, renovando a esperança de que um novo recorde possa ser alcançado ainda este mês. A euforia foi impulsionada por fatores como o otimismo macroeconômico, apostas em um corte na taxa de juros dos EUA e um crescente apetite por risco por parte dos investidores. No entanto, em meio a essa onda de entusiasmo, um velho conhecido do mercado voltou a dar as caras: a volatilidade. A volatilidade implícita do BTC deu um salto repentino, sinalizando que o período de calmaria pode estar chegando ao fim e que movimentos mais intensos podem estar no horizonte.
A alta foi um reflexo direto da dinâmica do mercado. O Ethereum abriu o caminho durante o fim de semana, saltando de US$ 4 mil para mais de US$ 4,3 mil e puxando o BTC. Nesta segunda-feira (11), o Bitcoin assumiu a liderança, impulsionado por um "short squeeze", ou seja, a liquidação de posições de investidores que apostavam na queda dos preços. Dados da Binance mostraram o BTC sendo negociado a US$ 119.559,90 com alta de +0,76% e o ETH a US$ 4.299,02 e alta de +1,16¨% por volta das 16h20 de Brasília. Essa dinâmica de liderança, onde um ativo "abre o caminho" para o outro, é vista por analistas como um sinal de um mercado mais saudável, com a alta sendo puxada pelo mercado à vista, e não apenas por alavancagem.
O aumento do apetite por risco não foi exclusividade do Bitcoin. A dominância das altcoins subiu para 39,2%, revertendo uma tendência anterior. Esse movimento reflete uma busca mais ampla por ativos de risco, impulsionada por condições macroeconômicas favoráveis e pelo interesse institucional em futuros e alocações de tesouraria de altcoins. A capitalização de mercado de todo o ecossistema cripto, inclusive, ultrapassou a marca de US$ 4 trilhões, colocando a indústria em terceiro lugar na lista dos maiores valores de mercado de ativos do planeta, logo abaixo da Nvidia (NASDAQ:NVDA). A expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, também contribui para o sentimento positivo, já que taxas mais baixas tendem a favorecer ativos de risco.
Olhando para o futuro próximo, o mercado se mantém cauteloso, com os olhos voltados para os dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na terça-feira. Uma leitura acima do esperado poderia criar turbulência, mas analistas acreditam que dificilmente impedirá o Fed de cortar os juros em setembro. Apesar do cenário otimista, com a alta impulsionada pela demanda institucional e a percepção do Bitcoin como uma ferramenta universal em tempos de incerteza geopolítica, o mercado permanece em um momento crucial. A confirmação de um novo recorde de preço do BTC dependerá do relatório de inflação e da capacidade da criptomoeda de manter o ímpeto em torno da zona de resistência de US$ 122 mil. Se os dados forem favoráveis, a probabilidade de uma nova máxima histórica aumenta consideravelmente.
"O valor de mercado das criptomoedas subiu 13,3% em julho, impulsionado pelos sucessivos recordes de preços do Bitcoin, forte demanda institucional por BTC, ETH e altcoins, além de um ambiente regulatório favorável após a aprovação de uma importante legislação sobre stablecoins nos Estados Unidos. As reservas corporativas de ETH saltaram 127,7%, ultrapassando 2,7 milhões de ETH, com 24 novas empresas adicionando o ativo em seus balanços. Com uma valorização de 50% no mês, julho se consolidou como o período de maior adoção de ETH por tesourarias corporativas já registrado", avaliou a equipe da Binance Research no relatório mensal de agosto.