Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - A fronteira entre Israel e Gaza voltou a ter tranquilidade nesta quarta-feira graças a um cessar-fogo mediado pelo Egito depois da maior escalada das hostilidades entre militantes palestinos e Israel desde uma guerra de 2014.
Militantes do Hamas, o grupo dominante de Gaza, e da Jihad Islâmica dispararam dezenas de foguetes e morteiros contra Israel ao longo da terça-feira e na madrugada desta quarta-feira, aos quais o Estado judeu respondeu com ataques aéreos e de tanques contra mais de 50 alvos do enclave.
Não há relatos de novos combates depois dos ataques de palestinos e israelenses nas primeiras horas desta quarta-feira, e os dois lados pareceram evitar uma deterioração que poderia levar a uma nova guerra depois de semanas de violência ao longo da fronteira.
As escolas abriram normalmente nas cidades israelenses próximas da divisa, onde alarmes de foguete soaram com frequência durante a terça-feira. As ruas de Gaza ficaram repletas de compradores matutinos e crianças a caminho das aulas.
Uma autoridade palestina disse que a mediação egípcia levou a um cessar-fogo, mas que os termos do "entendimento" não foram além de "uma restauração da calma dos dois lados".
"Depois que a resistência teve sucesso em confrontar a agressão (israelense)... houve muita mediação nas últimas horas", disse o vice-líder do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, reconhecendo os esforços do Egito.
"Chegou-se a um acordo para voltar aos entendimentos do cessar-fogo (de 2014) na Faixa de Gaza. As facções da resistência o cumprirão contanto que a Ocupação faça o mesmo", disse Hayya em um comunicado, usando o termo dos grupos militantes para Israel.
Israel não chegou a anunciar nenhuma trégua formal com o Hamas e a Jihad Islâmica -- que, assim como o Ocidente, vê como organizações terroristas.
Mas os israelenses lançaram novos ataques nesta quarta-feira e sinalizaram que estão preparados para cessar as hostilidades se os disparos através da fronteira forem encerrados. Autoridades de Israel declararam que os militantes sofreram um golpe duro.
O Exército de Israel disse que três soldados foram feridos por projéteis disparados de Gaza. Não há relatos de baixas palestinas causadas pelos ataques israelenses.
"Os disparos pararam desde a manhã e Israel deu o recado de que, se forem retomados, os ataques ao Hamas e seus associados serão ainda mais fortes", acrescentou uma autoridade israelense de alto escalão.