Por Jessie Pang e Yanni Chow
HONG KONG (Reuters) - Uma geração mais jovem e desafiadora de democratas de Hong Kong obteve a maioria dos votos nas eleições primárias extraoficiais da cidade sob controle chinês, preparando o terreno para uma batalha com políticos pró-Pequim visando o controle do Legislativo local.
O sucesso de concorrentes jovens nas primárias, organizadas pelo campo pró-democracia no final de semana para escolher candidatos para a eleição da Assembleia de 70 cadeiras, vem em um momento de ressentimento generalizado com uma lei de segurança nacional imposta pela China no mês passado.
Pequim considerou a votação ilegal e alertou que ela pode ter violado a nova lei de segurança, o que criou temores pelas liberdades que sustentam a sociedade aberta de Hong Kong e seu sucesso como polo financeiro.
O proeminente ativista democrático Joshua Wong venceu em seu distrito, mas foi desqualificado em eleições anteriores e pode enfrentar obstáculos semelhantes desta vez.
Wong alertou contra qualquer desqualificação abrangente de candidatos ao realizar uma coletiva de imprensa com 15 outros políticos jovens que venceram em seus distritos.
"Se o governo nos reprimir e desqualificar todos os candidatos que participaram das primárias, isto causará mais revolta na comunidade internacional e incentivará mais pessoas a votarem no campo pró-democracia em setembro", disse Wong.
Os 16 --todos, exceto um, com menos de 30 anos e vestidos com camisetas pretas-- são parte do chamado campo de resistência, ou de "localistas", que ofuscou os democratas tradicionais, que haviam conseguido vagas para 12 candidatos até a tarde local desta quarta-feira.
Os localistas, termo que designa aqueles que não se veem como chineses e se dedicam a preservar as liberdades da ex-colônia britânica, tendem a ser mais enfáticos do que os democratas tradicionais.
(Reportagem adicional de Aleksander Solum)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC