Por Asif Shahzad
ISLAMABADE (Reuters) - Uma eleição geral no Paquistão, prevista para o final deste ano, será baseada em um novo censo, disse o ministro da Justiça neste sábado, indicando que a votação pode ser adiada.
O partido de oposição, liderado pelo ex-primeiro-ministro Imran Khan, afirma que a coalizão governista do primeiro-ministro Shehbaz Sharif está tentando evitar uma eleição, à medida que a popularidade de Khan cresce.
O mandato de Sharif expira em 12 de agosto. Um governo interino assumirá o lugar dele para realizar as eleições em um prazo máximo de três meses.
A polícia prendeu Khan neste sábado, depois que um tribunal o condenou a três anos de prisão por vender ilegalmente presentes de Estado, o que pode impedir que ele concorra às eleições.
O governo nega que esteja que esteja arrastando o pleito, dizendo que é uma exigência constitucional realizar eleições de acordo com o último censo.
O ministro da Justiça, Azam Nazeer Tarar, disse à Geo News TV que pode levar cerca de quatro meses para a conclusão do censo e definição dos limites dos novos distritos eleitorais.
Isso significa que as eleições previstas para novembro podem ao menos ser adiadas por vários meses, disse à Reuters Kunwar Dilshad, ex-funcionário de alto escalão da Comissão Eleitoral do Paquistão.
"Isso tornará as coisas muito complicadas", disse ele. O novo censo significa que serão necessários novos limites para os distritos eleitorais em todo o país, acrescentou.
Não é possível concluir esse processo e realizar a eleição dentro do prazo exigido pela constituição, o que significa que a eleição não poderá ser realizada antes de fevereiro do próximo ano, disse ele.
Tarar afirmou que a decisão foi tomada em uma reunião do Conselho de Interesse Comum, que incluiu representantes dos governos federal e provinciais.
"Foi uma decisão consensual a realização de eleições sob o novo censo", disse o ministro.
(Reportagem de Asif Shahzad)