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Eleições na Eslováquia podem fazer Ucrânia perder aliado fiel

Publicado 21.09.2023, 10:31
© Reuters. Ex-primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, durante comício eleitoral em Banovce nad Bebravou, na Eslováquia
14/09/2023 REUTERS/Radovan Stoklasa

Por Jan Lopatka e Radovan Stoklasa

BANOVCE NAD BEBRAVOU, Eslováquia (Reuters) - "Somos um país pacífico. Não enviaremos uma munição sequer para a Ucrânia". Essa foi a mensagem contundente de Robert Fico para cerca de 300 apoiadores em um comício na semana passada na cidade de Banovce nad Bebravou, no oeste da Eslováquia, antes da eleição de 30 de setembro, na qual o ex-primeiro-ministro populista é favorito.

Caso ele cumpra sua promessa, isso representará uma mudança radical para a Eslováquia, até agora uma forte aliada de sua vizinha do leste, a Ucrânia, em sua guerra contra a Rússia. Bratislava forneceu armas e ofereceu forte apoio político a Kiev dentro da União Europeia e da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"Eles terão que se sentar de qualquer maneira e chegar a um acordo", disse Fico sobre os países combatentes. "A Rússia nunca deixará a Crimeia, nunca deixará os territórios que controla."

A vitória de Fico não é garantida. Nenhum partido é cotado para garantir a maioria no Parlamento, e a formação de um governo de coalizão pode ser difícil. Diplomatas ocidentais e autoridades em Kiev também dizem que um país pequeno como a Eslováquia só pode ir até certo ponto para alterar a política da União Europeia e da Otan.

Mas Fico, de 59 anos, chamou a atenção de Bruxelas e de outros países ao criticar as sanções contra a Rússia, ao pedir uma reaproximação com Moscou quando a guerra terminar e ao se comprometer a vetar a adesão da Ucrânia à Otan, caso essa possibilidade surja.

Na campanha, ele disse que a guerra "começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos em Donbas e Luhansk", ecoando a justificativa de Moscou para apoiar os separatistas que tomaram terras no leste da Ucrânia.

Seu partido está pouco à frente nas pesquisas de intenção de voto em um país onde os eleitores estão cansados da dor econômica causada pelas restrições da pandemia, da alta inflação ligada à guerra na Ucrânia e do aumento de imigrantes ilegais.

"Não devemos apoiá-los (a Ucrânia) com armas, porque o mal só gera mais mal", disse a aposentada Eleonora Tanacova, 68 anos, ao ouvir o discurso de Fico na última quinta-feira. "Esta guerra nunca terá fim se continuarmos a apoiá-los."

Mas o pragmatismo de Fico durante seus mandatos, quando ele levou a Eslováquia para a zona do euro e evitou, em grande parte, brigas com parceiros da União Europeia e da Otan, atenuou essas preocupações.

"Tropas russas em sua fronteira e um relacionamento fraturado com seus aliados, é isso que você quer?", disse um dos diplomatas. "Ou ele voltará a ser o pragmático que tem sido?"

Um segundo diplomata acredita que Fico hesitará em cortar o fornecimento de armas para a Ucrânia além dos estoques já esgotados do Exército, dada a importância econômica dos fabricantes de munição e de uma base de reparos.

E Bruxelas tem influência. Em questões de Estado de Direito, ela pode reter o apoio financeiro da União Europeia para a Eslováquia, que precisa muito dele com o déficit fiscal previsto em 6,85% do PIB este ano, o mais alto da zona do euro.

Além disso, o partido socialmente conservador SMER-SSD, de Fico, está apenas um pouco à frente nas últimas pesquisas, com 19,4% de apoio, contra 18,2% do partido liberal Eslováquia Progressista (PS) e muito depende do desempenho dos partidos menores.

© Reuters. Ex-primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, durante comício eleitoral em Banovce nad Bebravou, na Eslováquia
14/09/2023 REUTERS/Radovan Stoklasa

(Reportagem adicional de Andrew Gray e Thomas Balmforth)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS BC ES

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