Por Rami Ayyub e Ali Sawafta e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM (Reuters) - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, adiou na sexta-feira (horário local) as eleições parlamentares em meio a uma disputa sobre a votação na região de Jerusalém Oriental, anexada por Israel, além de disputas internas em seu partido, o Fatah.
Abbas, de 85 anos, culpa o governo de Israel por gerar incertezas sobre se deixaria ou não a realização das eleições legislativas em Jerusalém, na Cisjordânia ocupada e em Gaza.
A decisão acontece três meses depois do anúncio das primeiras eleições nacionais em 15 anos no que foi amplamente visto como uma resposta às críticas em relação à legitimidade das instituições palestinas, incluindo a própria Presidência de Abbas.
A disputa sobre Jerusalém foi a principal razão citada por Abbas em um discurso na manhã de sexta-feira após uma reunião entre facções políticas palestinas.
"Ao enfrentarmos essa difícil situação, decidimos adiar a data das eleições legislativas até que a participação de Jerusalém e de seu povo seja garantida", disse Abbas em um discurso na TV Palestina.
"Jerusalém não será comprometida, e nosso povo em Jerusalém não irá abrir mão de exercitar seus direitos democráticos."
O adiamento das eleições parlamentares marcadas para maio deve gerar críticas internas intensas, com Abbas e seus aliados perdendo nas pesquisas para adversários de seu partido Fatah dividido e do grupo islâmico Hamas.
(Reportagem de Stephen Farrell)