Por Andrew Osborn
LONDRES (Reuters) - A campanha eleitoral mais imprevisível da Grã-Bretanha em décadas entrou no seu último dia com os dois principais partidos igualados na maioria das pesquisas e nenhum deles com perspectivas de obter maioria no parlamento da quinta maior economia do mundo.
Apesar de cinco semanas de campanha, nem o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, nem o oposicionista Partido Trabalhista, de Ed Miliband, têm uma clara vantagem, o que indica um resultado potencialmente confuso e incerto depois da votação de quinta-feira.
As questões em jogo são cruciais porque uma rara confluência de fatores determinantes para o futuro da Grã-Bretanha na União Europeia, bem como para sua coesão nacional, poderá depender do resultado.
Cameron prometeu realizar um referendo sobre a possibilidade de o país permanecer ou sair da UE, se continuar no poder. E as pesquisas sugerem que os nacionalistas escoceses poderiam emergir como o terceiro maior partido da nação, apesar de terem sido derrotados em um plebiscito do ano passado sobre se a Escócia deveria romper com o Reino Unido e se tornar independente.
"As consequências, se você tomar o rumo errado poderiam, na pior das hipóteses - e eu não estou prevendo isso - significar que em uma questão de anos duas uniões que são fundamentais para a prosperidade e o modo de vida de todas as pessoas na Grã-Bretanha estarão perdidas", disse à Reuters, durante a campanha, o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, e líder do Partido Liberal Democrata.
Há cinco anos, a Grã-Bretanha tem o seu primeiro governo de coalizão desde a Segunda Guerra Mundial, já que o partido de Cameron não conseguiu maioria absoluta nas eleições anteriores e fechou um acordo com o partido centrista de Clegg para governar em conjunto e estabilizar a economia. Muitos britânicos consideraram que se tratava de uma exceção na política do país.
Mas a ascensão de partidos marginais, como o pró-independência Partido Nacional Escocês e o Partido da Independência (Ukip), contrário à permanência na União Europeia, drenaram o apoio aos dois principais partidos.
Uma pesquisa de opinião da TNS nesta quarta-feira mostrou o quanto a disputa está acirrada. Na sondagem, os conservadores estão 1 ponto à frente dos trabalhistas, o que indica que nenhum dos dois grandes partidos do país conseguirá maioria absoluta no Parlamento, de 650 assentos.
(Reportagem adicional de Kylie MacLellan, William James, Andy Bruce, Mark Trevelyan, Estelle Shirbon, Kate Holton)