Por Fernando Kallas
STUTTGART, ALEMANHA (Reuters) - Portugal encara uma pergunta difícil enquanto volta para casa após a Euro 2024: ainda precisa de Cristiano Ronaldo?
A derrota de sexta-feira por 5 x 3 para a França nos pênaltis, pelas quartas de final, depois de um jogo sem gols, resumiu a campanha decepcionante de Portugal, um festival de chances perdidas em que Ronaldo conseguiu marcar apenas nas disputas de pênaltis.
Agora com 39 anos, Ronaldo não teve a sua velocidade, explosão e agilidade tradicionais, perdendo chance atrás de chance, enquanto seus companheiros de time obedientemente passavam a bola para ele, interrompendo o ritmo de Portugal e diminuindo a velocidade do time.
O futuro de Portugal pareceu promissor nos últimos anos, com uma forte geração de talentos com jogadores de destaque no auge de suas carreiras, como Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Rafael Leão e Vitinha.
O ex-técnico Fernando Santos tentou deixar o veterano Ronaldo para trás, colocando-o no banco de reservas durante a Copa do Mundo do Catar em 2022, depois de ele não ter conseguido causar um impacto no torneio.
Mas, após a chocante derrota para Marrocos nas quartas de final terminar com Ronaldo correndo para o túnel chorando, Portugal decidiu encerrar relações com seu técnico de longa data e continuar com o jogador que foi cinco vezes premiado com a Bola de Ouro.
O recém-chegado Roberto Martínez confiou em Ronaldo para ser capitão e ter um papel de liderança e, em vez de construir um time em torno das estrelas emergentes, ele as posicionou como coadjuvantes em torno de Ronaldo para que o atacante tivesse mais uma oportunidade de buscar a glória na Euro 2024.
Mas acabou sendo mais um conto em que a esperança se transformou em decepção para Ronaldo nos maiores palcos.
Apesar de mais de duas décadas de uma carreira excepcional, quebrando vários recordes e jogando em alguns dos maiores clubes do mundo, a imagem duradoura de Ronaldo nas últimas três semanas da Alemanha será de uma lenda frustrada lutando contra o tempo.
Jogando em sua sexta Eurocopa e esperando provar que ainda pode fazer a diferença no mais alto nível, ele não conseguiu fazer o gol que o transformaria no jogador mais velho a marcar na história do torneio.
Pela segunda grande competição consecutiva, ele será lembrado pelas suas lágrimas.