Por Ernest Scheyder e Jeff Mason
COCONUT CREEK/TAMPA, Flórida (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu adversário eleitoral democrata, Joe Biden, encontraram seus respectivos apoiadores nesta quinta-feira no disputado Estado da Flórida, evidenciando as abordagens contrastantes em relação à nova onda da pandemia em meio à contagem regressiva para o dia da eleição.
As pesquisas de opinião mostram Biden com uma expressiva vantagem nacional, mas a corrida parece bem mais disputada nos Estados que desempenham um papel decisivo no resultado final.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na quarta-feira mostra que Trump está virtualmente empatado com Biden na Flórida, com 49% dos consultados dizendo que votariam em Biden e 47% no atual presidente.
Com 29 votos no Colégio Eleitoral, o Estado é um grande prêmio na eleição da próxima terça-feira. A vitória de Trump na Flórida em 2016 foi vital para sua surpreendente eleição.
Milhares de pessoas, muitas delas sem máscaras, se aglomeraram em um evento ao ar livre em Tampa na quinta-feira para ouvir Trump caçoar de seu adversário, o ex-vice-presidente.
"Você imagina perder para esse cara? Você imagina?", disse Trump, acrescentando que está confiante em conquistar seu segundo mandato.
Biden, em contraste, promoveu um comício drive-in em uma faculdade no Condado de Broward, ao norte de Miami, onde os presentes permaneceram em seus carros para evitar a possível propagação da doença.
"Donald Trump desistiu" de lutar contra a Covid-19, disse Biden.
Com um olho no importante eleitorado latino da Flórida, o democrata rebateu o argumento dos republicanos de que Trump seria mais duro com os governos de esquerda de países como Cuba e Venezuela.
"O presidente Trump não pode fazer avançar a democracia e os direitos humano para os povos cubano e venezuelano, pois aceita e abraça ditadores por todo o mundo", disse Biden.
Muitos dos latinos no sul da Flórida, ou seus familiares, deixaram Cuba ou Venezuela.
A pandemia, que alterou a vida nos Estados Unidos, matou mais de 227.000 pessoas e causou milhões de perdas de empregos, está voltando com força total.
Trump rejeitou repetidamente a ameaça da pandemia, dizendo esta semana que seus oponentes e a mídia parariam de prestar atenção a ela logo após as eleições, mesmo com os líderes europeus lutando para conter uma segunda onda e especialistas em saúde pública prevendo um inverno difícil nos Estados Unidos.
Autoridades em Gastonia, Carolina do Norte, alertaram as pessoas que participaram de um comício de Trump em 21 de outubro que duas pessoas que participaram testaram positivo para Covid-19.
"Por causa do grande número de contatos potenciais do comício e da incapacidade de alertá-los diretamente, a comunidade está sendo notificada para que possam avaliar seu próprio risco e tomar as medidas adequadas", disseram as autoridades.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC
(Reportagem de Jeff Mason e Ernest Scheyder; Reportagem adicional de James Oliphant, Jarrett Renshaw, Daniel Trotta, Heather Timmons e Katanga Johnson)