MOSCOU (Reuters) - Uma calma inquieta prevalecia nas ruas de Moscou na noite deste sábado, conforme soldados na capital russa se preparavam para confrontar um comboio de mercenários amotinados, organizando a posição de metralhadoras e checkpoints ao redor da cidade.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, um aliado do presidente Vladimir Putin, declarou que um “regime de contraterrorismo” estava em vigor, antes de o líder da milícia privada Wagner anunciar que seus combatentes dariam meia volta para evitar derramamento de sangue.
Yevgeny Prigozhin havia dito que queria depor o alto escalão do Exército e “restaurar a justiça”, enquanto Putin prometeu esmagar o motim.
Um morador de Moscou que se identificou como Nikolai -- recusando-se, como outros, a dar seu sobrenome -- observava os militares assumindo posições para proteger a cidade.
“É assustador, claro -- você fica em casa pensando no que pode acontecer”, disse à Reuters. “É perturbador, tanto para você quanto para seus entes queridos”.
Alguns moradores estavam achando difícil entender a escalada dos eventos.
"É uma notícia muito difícil, realmente inesperada. Acabei de voltar da universidade. Acabei de fazer meu último exame -- e a notícia foi realmente inesperada enquanto eu estava me preparando (para o exame) na noite passada", disse Vladimir, um estudante. "Eu realmente não sei como reagir."
No mandato de Sobyanin, o Estado gastou muito dinheiro para transformar a cidade em uma vitrine urbana, com uma taxa de crimes relativamente baixa, bem distante da monótona era soviética, e dos anos 1990, quando Moscou foi atormentada por assassinatos por encomenda ou, depois, sofreu ataques de separatistas da Chechênia.
(Reportagem da Reuters)