Por Kate Lamb e Stanley Widianto
JACARTA (Reuters) - Mianmar cedeu sua vez de presidir o bloco regional do Sudeste Asiático, confirmou uma autoridade nesta terça-feira, depois que o grupo concordou que um plano de paz existente, mas amplamente criticado, continuará a orientar sua resposta ao conflito sangrento no país.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês) tem sido criticada por não ter conseguido que os militares no poder em Mianmar fizessem progressos em um acordo de paz de cinco pontos logo após a tomada do poder em um golpe de 2021.
Apesar do ceticismo sobre sua eficácia, a Asean concordou nesta terça-feira que o plano de paz continuará a orientar sua abordagem à crise política de Mianmar, de acordo com um documento oficial visto pela Reuters.
O documento também mostrou que o bloco "instou as Forças Armadas de Mianmar, em particular, e todas as partes relacionadas envolvidas em Mianmar a diminuir a violência e interromper os ataques direcionados a civis".
Mianmar, que tem sido dominada pela violência e pelo caos político e econômico desde o golpe, estava programada para presidir o grupo regional de 10 membros em 2026.
"As Filipinas assumirão a presidência da Asean em 2026", disse o secretário-geral da associação, Kao Kim Hourn, à Reuters, após o primeiro dia da cúpula anual do grupo em Jacarta, acrescentando que a mudança foi proposta primeiro por Mianmar.
Embora o bloco priorize a unidade e a não interferência em assuntos soberanos, surgiram diferenças, uma vez que a Indonésia procurou envolver todas as partes interessadas, enquanto a Tailândia tentou se reaproximar dos líderes da junta que foram excluídos.
No final desta semana, os líderes da Asean realizarão uma cúpula do Leste Asiático, um fórum mais amplo que inclui a China, a Índia, o Japão, a Rússia e os Estados Unidos.
(Reportagem adicional de Karen Lema e Rozanna Latiff)