PEQUIM (Reuters) - Um navio de guerra dos EUA, equipado com mísseis guiados, navegou próximo a ilhas disputadas no Mar do Sul da China, no que os chineses chamaram de uma “provocação”, enquanto autoridades norte-americanas chegam a Pequim para negociações em meio a uma trégua na guerra comercial entre os dois países.
O destróier USS McCampbell fez uma operação de “liberdade de navegação”, transitando a 12 milhas náuticas das Ilhas Paracel, “para desafiar reivindicações marítimas excessivas”, disse Rachel McMarr, porta-voz para a Frota do Pacífico dos EUA, em um comunicado por email.
A operação não foi relativa a nenhum país específico ou para marcar qualquer instância política, acrescentou McMarr.
O comunicado foi enviado enquanto negociações comerciais entre China e Estados Unidos têm início em Pequim, numa primeira rodada de conversas frente à frente desde que os dois países concordaram com uma trégua de 90 dias numa guerra comercial que tem agitado os mercados internacionais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, disse que a conduta do navio dos EUA violou a lei chinesa e internacional, e que os chineses apresentaram “duras queixas”.
“Instamos os Estados Unidos a cessaram imediatamente esse tipo de provocação”, disse ele, acrescentando que a China enviou navios e aviões militares para identificar e alertar a embarcação para que se retire.
O Ministério da Defesa da China acrescentou que o navio havia “infringido gravemente a soberania chinesa”.
A China reivindica para si praticamente todas as estratégicas ilhas no Mar do Sul da China, e frequentemente critica os EUA e seus aliados por causa de operações navais próximas à região.
(Reportagem de Philip Stewart, em Washington, e Christian Shepherd e Michael Martina, em Pequim)