DACAR (Reuters) - O ministro do Interior de Senegal disse nesta segunda-feira que dissolveu o partido do líder da oposição, Ousmane Sonko, por ele ter convocado apoiadores às ruas durante protestos violentos ocorridos no mês passado.
Também nesta segunda, manifestantes entraram em confronto com a polícia na capital, Dacar. Trata-se de mais um capítulo da crise entre o partido do presidente, Macky Sall, e o Pastef, de Sonko. Os opositores acusam o atual mandatário de utilizar acusações falsas para retirar o oponente das eleições marcadas para fevereiro de 2024. Manifestantes tomaram as ruas de Dacar nesta segunda-feira, em protesto contra a detenção de Sonko, que permanece sob custódia de um juiz, acusado de planejar uma insurreição. O líder oposicionista nega, mas foi preso após uma confusão com forças de segurança em frente a sua casa em Dacar. Não se sabe se ele ficará preso ou quando será julgado.
“Ele passará esta noite na cadeia”, disse Bamba Cissé, seu advogado. O país foi palco de protestos violentos em junho, quando pelo menos 16 pessoas morreram em manifestações que criticavam a condenação do oposicionista por comportamento imoral contra menores de 21 anos. Ele mesmo chamou os apoiadores às ruas contra a sentença de dois anos de encarceramento que recebeu. O governo restringiu o acesso à internet devido ao compartilhamento de “mensagens de ódio e subversivas” nas redes sociais. (Reportagem de Ngouda Dione e Joel Kouam)