Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira sua escolha para chefiar a espionagem norte-americana como alguém que poderia "colocar rédeas" nas agências de Inteligência que estão "fora de controle", alimentando as preocupações de que Trump busca indicações que apoiem suas próprias opiniões.
A escolha de Trump, o deputado Republicano John Ratcliffe, do Texas, para a posição de diretor de Inteligência Nacional, foi recebida com pouco entusiasmo por seus colegas de partido e por acusações de autoridades de Inteligência e de democratas de que ele não estaria qualificado para o trabalho e poderia fabricar informações de inteligência para se adequar às necessidades do presidente.
Ratcliffe, membro do Comitê de Inteligência da Câmara há seis meses, substituiria Dan Coats, cujos julgamentos sobre o Irã, Coreia do Norte, e sobre a interferência russa nas eleições de 2016 conflitaram com as posições de Trump, conquistando o desprezo do presidente.
Voltando à Casa Branca após uma visita ao Estado da Virgínia, Trump disse na terça-feira que Ratcliffe "fará um trabalho incrível, se for aprovado" pelo Senado.
"Acredito que precisamos de alguém assim lá", continuou. "Precisamos de alguém forte, que possa colocar rédeas na situação. Por que, como acredito que todos vocês souberam, as agências de Inteligência estão fora de controle."
Trump negou ter um "conflito" com Coats, dizendo que ele era "um amigo meu" e uma "pessoa excelente". Mas, acrescentou, "Dan fez declarações e elas foram um pouco confusas".
Trump critica repetidamente a comunidade de Inteligência dos Estados Unidos desde que assumiu a Presidência, questionando as conclusões de que a interferência nas eleições, por parte da Rússia, teria o objetivo de impulsionar sua candidatura sobre a de sua adversária democrata, Hillary Clinton.
Coats defendeu a avaliação, enquanto Ratcliffe nega a existência de evidências da interferência russa, acusando o FBI de conduzir uma investigação enviesada e repetindo a acusação de Trump, sem base, de que o governo Obama teria espionado sua campanha.