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Em reunião do G20, EUA acusam autoridades financeiras russas de cumplicidade na guerra

Publicado 24.02.2023, 09:48
© Reuters. Secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, durante reunião de líderes financeiros do G20 em Bengaluru, na Índia
24/02/2023 REUTERS/Samuel Rajkumar

Por Shivangi Acharya e David Lawder

BENGALURU (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, acusou autoridades russas presentes a uma reunião de líderes financeiros do G20 de serem "cúmplices" das atrocidades na invasão russa da Ucrânia, enquanto a anfitriã Índia evitou mencionar a guerra de um ano em comentários inaugurais.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu aos líderes financeiros que se concentrem nos "cidadãos mais vulneráveis" do mundo, sem fazer referência direta à guerra, embora o conflito e seus efeitos na economia global provavelmente dominem a reunião de dois dias.

Modi disse que a pandemia de Covid-19 e "as crescentes tensões geopolíticas em diferentes partes do mundo" levaram a níveis de dívida insustentáveis em vários países, interrupções nas cadeias de suprimentos globais e ameaças à segurança alimentar e energética.

"Peço que suas discussões se concentrem nos cidadãos mais vulneráveis do mundo", declarou ele, acrescentando que estabilidade, confiança e crescimento devem ser trazidos de volta à economia mundial.

Em comentários sobre o primeiro aniversário da invasão russa, Yellen convocou os colegas do G20 a "redobrarem seus esforços para apoiar a Ucrânia e restringir a capacidade da Rússia de guerrear".

Espera-se que os líderes das democracias ricas do G7 anunciem novas sanções contra aqueles que ajudam o esforço de guerra da Rússia, após uma reunião virtual com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, ainda nesta sexta-feira.

E antes dessa reunião, o Reino Unido emitiu mais sanções contra a Rússia, incluindo proibições de exportação de todos os itens usados no campo de batalha e veto de importação de produtos de ferro e aço.

O bloco G20 inclui os países do G7, além de Rússia, China, Índia, Brasil e Arábia Saudita, entre outros.

Yellen disse que o uso, pelo presidente russo, Vladimir Putin, de alimentos e energia como armas de guerra, prejudicou não apenas a Ucrânia, mas a economia global e especialmente os países em desenvolvimento.

"Peço às autoridades russas aqui no G20 que entendam que seu trabalho contínuo para o Kremlin os torna cúmplices das atrocidades de Putin", disse Yellen. "Eles são responsáveis pelas vidas e meios de subsistência que estão sendo tirados na Ucrânia e pelos danos causados globalmente."

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, e a presidente do banco central do país, Elvira Nabiullina, não compareceram à reunião do G20 na Índia, e Moscou foi representada por outras autoridades.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse à Reuters que os líderes financeiros do G20 precisam condenar a agressão da Rússia contra a Ucrânia e que a Europa está trabalhando em novas sanções contra Moscou.

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