SEUL (Reuters) - A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, disse na quarta-feira que não acredita que uma resolução recomendando que a Autoridade Palestina se torne membro pleno do órgão mundial ajude a levar a uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
Thomas-Greenfield fez os comentários em uma coletiva de imprensa em Seul, após ser questionada se os EUA estavam abertos a reconhecer o pedido da Autoridade Palestina para ser membro pleno da ONU.
"Não acreditamos que uma resolução no Conselho de Segurança nos levará necessariamente a um ponto em que possamos encontrar... uma solução de dois Estados para o futuro", declarou Thomas-Greenfield.
Ela disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou categoricamente que Washington apoia uma solução de dois Estados e que está trabalhando para que isso ocorra o mais rápido possível.
Espera-se que a Autoridade Palestina pressione o Conselho de Segurança a votar já na quinta-feira um projeto de resolução recomendando que ela se torne membro pleno da instituição, segundo diplomatas. A Argélia, membro do conselho, circulou um texto preliminar na terça-feira.
Um comitê do Conselho de Segurança que analisou o pedido "não conseguiu fazer uma recomendação unânime" sobre o cumprimento dos critérios, de acordo com o relatório do comitê visto pela Reuters na terça-feira.
Um pedido para se tornar um membro pleno da ONU precisa ser aprovado pelo Conselho de Segurança - onde os EUA têm poder de veto - e, em seguida, por pelo menos dois terços da Assembleia Geral de 193 membros.
Houve pouco progresso na obtenção da condição de Estado palestino desde a assinatura dos Acordos de Oslo entre Israel e a Autoridade Palestina na década de 1990.
Entre os obstáculos estão a expansão dos assentamentos israelenses, e o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou que a Autoridade Palestina não havia atendido aos critérios exigidos para a criação de um Estado.
A Autoridade Palestina, chefiada pelo presidente Mahmoud Abbas, exerce um autogoverno limitado na Cisjordânia e é parceira de Israel nos Acordos de Oslo. Em 2007, o Hamas expulsou a Autoridade Palestina do poder na Faixa de Gaza.
(Por Josh Smith)