(Reuters) - A embaixadora dos Estados Unidos na Rússia, Lynne Tracy, teve acesso nesta segunda-feira ao repórter preso do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, informou o Departamento de Estado dos Estados Unidos, na segunda visita desde sua prisão preventiva em março por acusações de espionagem, que ele nega.
Tracy se encontrou com Gershkovich na Prisão de Lefortovo, em Moscou, naquela que foi a primeira vez que funcionários da Embaixada dos EUA tiveram acesso consular ao jornalista desde 17 de abril, disse um porta-voz do Departamento de Estado.
"A embaixadora Tracy relata que o Sr. Gershkovich está com boa saúde e continua forte, apesar de suas circunstâncias", acrescentou o porta-voz. "Esperamos que as autoridades russas forneçam acesso consular contínuo."
Um juiz russo em 22 de junho rejeitou um pedido para Gershkovich, de 31 anos, ser libertado da prisão enquanto aguardava julgamento. Depois dessa decisão, Tracy acusou a Rússia de conduzir uma "diplomacia de reféns".
A Rússia disse que Gershkovich foi pego tentando obter segredos militares durante uma viagem à cidade russa de Yekaterinburg, mas não forneceu detalhes que apoiem essa afirmação. O Wall Street Journal nega as acusações.
O Departamento de Estado repetiu a opinião dos EUA de que Gershkovich foi detido injustamente e descreveu as acusações contra ele como infundadas. Os EUA pediram a libertação imediata de Gershkovich e Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval norte-americano cumprindo sentença de 16 anos em uma colônia penal russa por acusações de espionagem.
O Departamento de Estado também descreveu Whelan, detido em Moscou em 2018, como "detido injustamente".
O encontro de Tracy com Gershkovich foi reportado pela primeira vez pelo Wall Street Journal.
(Reportagem de Arshad Mohammed e Rami Ayyub)