Por Anastasia Moloney
BOGOTÁ (Thomson Reuters Foundation) - Reservas indígenas e áreas protegidas na floresta amazônica representam apenas 10% de todas as emissões de carbono de florestas tropicais espalhadas pelos nove países amazônicos da América do Sul, afirmaram pesquisadores nesta segunda-feira.
A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, tem um papel considerado chave na luta contra as mudanças climáticas por conta de sua vasta capacidade de armazenamento de gases causadores do aquecimento global.
As árvores resgatam dióxido de carbono do ar, mas quando são cortadas, liberam o carbono através da queima ou do apodrecimento.
O estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que entre 2003 e 2016 a Amazônia foi uma fonte líquida de carbono para atmosfera.
A região emitiu cerca de 1,29 bilhões de toneladas de carbono quando tanto as perdas quanto os ganhos foram calculados.
Embora pesquisas anteriores tenham se destinado principalmente nas emissões de carbono ligadas ao desmatamento, o novo estudo levou em conta as emissões causadas por fatores naturais, como a seca, e também os ganhos obtidos com o crescimento da floresta.
Usando dados de imagens de satélite e visitas de campo, o estudo mostrou que o crescimento de árvores ajudou as terras indígenas - que representam cerca de um terço da Amazônia - a registrarem a menor perda líquida de carbono.
Foi concluído que a maior parte do volume - 90% - das emissões líquidas aconteceu fora de áreas protegidas ou terras indígenas.
"O que averiguamos é que do ponto de vista do carbono, as terras protegidas e territórios indígenas estão fazendo um tremendo trabalho amortecendo as perdas, particularmente as associadas com o desmatamento", disse Wayne Walker, um cientista do Woods Hole Research Center, um instituto norte-americano de ciências climáticas.