Por Jeffrey Dastin
(Reuters) - A Ucrânia planeja usar softwares da provedora de análise de dados norte-americana Palantir Technologies para ajudar a processar supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia, disse a empresa à Reuters.
A Palantir, que tem fornecido à Ucrânia sistemas para ajudá-la a atingir tanques russos e apoiar refugiados, agora está trabalhando com o gabinete do procurador-geral para ajudar investigadores em toda a Europa a reunir e processar dados, disse a companhia.
O seu software combina inteligência e imagens de satélite para criar um mapa de evidências como, por exemplo, estabelecendo a proximidade do equipamento russo de cenas de crime ou agregando fotos que ucranianos publicaram nas redes sociais e que investigadores identificam como evidências relevantes.
Andriy Kostin, procurador-geral da Ucrânia, afirmou em um comunicado fornecido pela Palantir: “Analisar a quantidade de evidências seria virtualmente impossível sem soluções modernas de tecnologia de informação”.
Os dados que o software da Palantir processarão são relacionados às acusações de assassinatos ilegais, estupro, tortura e destruição, entre mais de 78.000 crimes relatados na Ucrânia desde que a Rússia invadiu mais de um ano atrás.
Moscou negou atacar civis e cometer crimes de guerra.
Qualquer processo bem sucedido de crimes de guerra exigirá que a Ucrânia navegue por jurisdições sobrepostas e forneça provas, apesar de geralmente haver um acesso restrito a suspeitos ou cenas de crime.
A Palantir disse que a sua tecnologia permitirá que investigadores acessem dados que de outra forma estariam protegidos, ainda evitando a adulteração de evidências.
A empresa de Denver, que duas décadas atrás começou a auxiliar os serviços de inteligência dos EUA, recentemente comunicou o seu primeiro trimestre de lucro.
Por enquanto, a Palantir não está cobrando pelo trabalho nos casos de crime de guerra, disse um porta-voz.
Sua parceria com promotores ucranianos girará em torno de supostos crimes de agressão ordenados pela liderança da Rússia e alegações de ataques sistemáticos contra o povo ucraniano, afirmou a Palantir.
(Reportagem de Jeffrey Dastin em Palo Alto, Califórnia)