Por Nichola Groom
(Reuters) - Empresas dos Estados Unidos e da Europa relacionadas a indústrias poluidoras raramente divulgam os riscos financeiros que enfrentam relacionados às mudanças climáticas, apesar de uma força-tarefa global ter pedido que elas o fizessem há dois anos, informou a Moody's Investors Service em relatório nesta segunda-feira.
Análise dos registros públicos de 28 empresas de materiais de construção, petróleo e gás e serviços ocorre após a força-tarefa do conselho de estabilidade financeira sobre divulgações financeiras relacionadas ao clima recomendar, em 2017, a divulgação voluntária do impacto financeiro das mudanças climáticas pelas empresas.
O conselho de estabilidade financeira coordena as regras financeiras para os países do G20.
Embora 80% das empresas da amostra da Moody's tenham dito que as mudanças climáticas estavam afetando decisões estratégicas, apenas duas das 28 vincularam suas projeções climáticas a um efeito sobre os fluxos de caixa e balanços, segundo o relatório.
Essas empresas são uma concessionária europeia e uma empresa de petróleo e gás dos EUA, informou o relatório, sem citar nomes. As empresas que o serviço de classificação de crédito usou em sua análise têm uma dívida combinada de 877 bilhões de dólares. Elas incluíam Exxon Mobil Corp (NYSE:XOM), Royal Dutch Shell Plc, Duke Energy Corp (NYSE:DUK) e Eletricite de France, entre outras.
"Embora as empresas tenham feito algum progresso no nível de divulgação que fornecem, a quantificação padronizada e consistente do impacto financeiro dos riscos climáticos ainda está em um estágio inicial", afirmou Vincent Allilaire, um dos autores do relatório, em comunicado.