Por Matthias Williams e Natalia Zinets
KIEV (Reuters) - A Ucrânia, buscando reconfortar seus aliados ocidentais após falsificar o assassinato de um dissidente russo para frustrar o que disse ser uma conspiração contra a vida dele, informou nesta sexta-feira que seu truque levou à descoberta de uma lista de 47 pessoas que a Rússia planejava matar no exterior.
Autoridades de Kiev atraíram tanto elogios quanto críticas nesta semana por encenarem o assassinato a tiros de Arkady Babchenko, um jornalista exilado, que disseram ter sido necessário para proteger ele e dezenas de outras pessoas que são alvo de uma conspiração russa genuína.
A Rússia desprezou as acusações da Ucrânia, enquanto algumas organizações e comentaristas criticaram Kiev pelo tipo de truque que a Ucrânia acusa frequentemente a Rússia de fazer.
A credibilidade da Ucrânia é importante à medida que conta com apoio financeiro ocidental e sanções sobre Moscou em seu impasse com a Rússia por conta da anexação da Crimeia em 2014 e um conflito separatista apoiado pela Rússia, que já deixou mais de 10 mil mortos.
O procurador-geral, Yuriy Lutsenko, uma das poucas autoridades ucranianas que sabia do plano antes da realização, realizou encontro com embaixadores dos Estados Unidos, da União Europeia e de outros países.
Em comunicado após o encontro, Lutsenko disse que fingir o assassinato foi necessário porque permitiu que investigadores ucranianos conseguissem mais informações sobre a lista de pessoas miradas e sobre quem havia ordenado o assassinato.