BERLIM (Reuters) - O ministro alemão para a Europa, Michael Roth, pediu nesta segunda-feira uma nova diretriz para apaziguar as tensões com a Rússia, engrossando um coro que pressiona a chanceler Angela Merkel a moderar sua postura cada vez mais dura com o Kremlin.
A chanceler conservadora apoiou o Reino Unido depois do ataque químico contra um ex-agente duplo russo na Inglaterra no mês passado, expulsando quatro diplomatas russos apesar da apreensão de uma classe política temerosa de um confronto com o vizinho gigante do leste.
Roth, membro do Partido Social-Democrata (SPD) que forma a coalizão com os conservadores de Merkel, disse que, embora a União Europeia precise demonstrar união perante a Rússia, sanções deveriam ter por meta atrair Moscou para a mesa de negociação.
"Reflexos anti-Rússia são tão perigosos quanto se manter ingenuamente silencioso... sobre as políticas tingidas de nacionalismo da atual liderança russa", escreveu ele no jornal Die Welt.
Muitos países ocidentais estão pressionando por uma postura mais assertiva contra Moscou devido ao apoio do presidente russo, Vladimir Putin, ao presidente sírio, Bashar al-Assad, acusado de usar armas químicas durante a guerra civil de seu país.
Como tem muitos negócios e laços de energia com a Rússia, a Alemanha tem sido cautelosa em suas relações com Moscou, mas Merkel endureceu o tom nos quatro anos transcorridos desde a anexação russa da península ucraniana da Crimeia.
Roth, cujo partido desempenha um papel minoritário na coalizão de governo de Merkel, ecoou comentários do presidente alemão e seu correligionário, Frank-Walter Steinmeier, segundo o qual "coisas demais estão em jogo" para Berlim retratar a Rússia como uma inimiga.
(Por Markus Wacket)