Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O enviado de Israel às Nações Unidas exibiu à Assembleia Geral de 193 membros nesta quinta-feira um breve vídeo, que segundo ele mostra um combatente do Hamas tentando decapitar um homem com uma ferramenta de jardim durante o ataque de militantes palestinos em 7 de outubro a Israel.
O embaixador Gilad Erdan disse aos diplomatas que a vítima vista nos poucos segundos de filmagem reproduzidos em um tablet não era israelense ou judia, mas um trabalhador agrícola da Tailândia.
"Pode-se ver um civil terrivelmente ferido -- ensanguentado, mas ainda vivo -- deitado no chão enquanto um selvagem do Hamas gritando Allahu Akbar golpeia repetidamente o pescoço do homem com uma enxada de jardim para decapitá-lo", disse Erdan à assembleia.
Os comentários de Erdan ocorreram após o início de uma reunião da de dois dias da assembleia sobre o Oriente Médio nesta quinta-feira.
Uma resolução elaborada pelos Estados árabes que faz um apelo por um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza deve ser votada na sexta-feira.
Em cada assento do salão da sede das Nações Unidas, diplomatas israelenses colocaram a impressão de um QR code com o título "Liberte Gaza do Hamas, escaneie para ver as atrocidades do Hamas". O código continha links para fotos e vídeos do ataque de 7 de outubro.
Israel prometeu acabar com o Hamas, que governa Gaza, em retaliação ao ataque que matou 1.400 pessoas. Israel atacou Gaza pelo ar, impôs um cerco ao enclave de 2,3 milhões de pessoas e prepara uma invasão terrestre. As autoridades palestinas dizem que mais de 7.000 pessoas foram mortas até agora.
Em declaração em nome dos Estados árabes, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, acusou Israel de "fazer de Gaza um inferno perpétuo na Terra -- o trauma irá assombrar as próximas gerações". Ele disse que o impacto sobre os civis palestinos foi imenso.
“Não tenho vídeos para mostrar, respeitamos demais os mortos”, disse Safadi.
Ao defender um cessar-fogo, o enviado palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que certas nações, sem mencionar nomes, estavam aplicando dois pesos e duas medidas.
"Como podem os representantes dos Estados explicarem o quão horrível é o fato de 1.000 israelenses terem sido mortos e não sentirem a mesma indignação quando 1.000 palestinos são agora mortos todos os dias?", perguntou Mansour à assembleia.
"Por que não sentir uma sensação de urgência para acabar com a matança?"