Por Aislinn Laing e Dave Sherwood
SANTIAGO (Reuters) - O enviado do Vaticano que foi ao Chile reunir evidências de abuso sexual na Igreja Católica Romana disse que dependerá do papa Francisco decidir se irá ou não divulgar o relatório de suas descobertas às autoridades civis do país sul-americano.
Durante visita em fevereiro, o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, o principal investigador de abuso sexual do Vaticano, realizou entrevistas com vítimas para elaborar um relatório de 2.300 páginas que entregou ao papa.
O documento acusou bispos chilenos de "grave negligência" ao lidar com alegações de que crianças tinham sido abusadas e disse que evidências de crimes sexuais foram destruídas.
Questionado se o Vaticano irá entregar o relatório ou torná-lo público, Scicluna disse que a "liberdade e autonomia" da Igreja Católica deve ser respeitada.
"O relatório não é meu, ele pertence ao papa Francisco", disse a repórteres em Santiago, antes de partir para Roma. "Qualquer demanda precisa ser enviada a ele, que como líder da Igreja...tem jurisdição".
Autoridades chilenas disseram que irão solicitar ao Vaticano detalhes das supostas vítimas e agressores, de acordo com entrevista com o chefe da autoridade nacional que investiga crimes sexuais no país, publicada pelo jornal local La Tercera.
(Reportagem de Aislinn Laing e Dave Sherwood)