Por Michelle Nichols e Daphne Psaledakis
NAÇÕES UNIDAS/WASHINGTON (Reuters) - O enviado dos Estados Unidos à Organização das Nações Unidas anunciou dezenas de milhões de dólares em auxílio ao Haiti durante uma visita, após o primeiro contingente de polícia do Quênia ter entrado no país como parte da missão de segurança criada para enfrentar a violência de gangues.
O pacote de 60 milhões de dólares em auxílio humanitário anunciado pela embaixadora Linda Thomas-Greenfield no Haiti vai ajudar os haitianos a aliviar o sofrimento causado pela violência de gangues, segundo um comunicado oficial.
O dinheiro vai ajudar a complementar a nutrição, a segurança alimentar e a habitação, além de melhorar o tratamento de água e os serviços de saneamento, entre outros.
Os Estados Unidos, via Departamento de Defesa, também vai fornecer um “número significativo” de veículos blindados, resistentes a emboscadas, para a missão de segurança internacional. O Departamento de Estado também pretende enviar veículos blindados para auxiliar os enviados ao país, acrescenta a nota.
A guerra entre gangues desalojou mais de 578 mil haitianos, enquanto quase 5 milhões -- montante quase equivalente à metade do país de 11,7 milhões -- estão enfrentando fome aguda, com 1,6 milhão correndo risco de desnutrição, segundo a Organização das Nações Unidas.
Gangues armadas, que controlam a capital Porto Príncipe, criaram uma ampla aliança enquanto realizam matanças indiscriminadas, sequestros e violência sexual. A ONU afirma que, entre janeiro e agosto de 2023, os casos de estupro aumentaram em 49% ante ao mesmo período em 2022.
Cerca de 200 policiais quenianos chegaram ao Haiti no mês passado, depois que a missão multinacional de segurança para enfrentar as gangues foi adiada diversas vezes. A força total deve chegar a 2,5 mil pessoas, mas ainda não está claro quando os membros extras vão chegar e se o financiamento segue aquém do demandado.
O Conselho de Segurança da ONU autorizou o uso de força em outubro de 2023, um ano depois que o governo do Haiti pediu ajuda. Os Estados Unidos afirmam ter 300 milhões de dólares para a operação.
(Reportagem de Michelle Nichols nas Nações Unidas, Daphne Psaledakis e Simon Lewis em Washington)