Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - O Equador irá solicitar que seus cidadãos votem em 2023 em uma consulta popular sobre seu sistema de Justiça, anunciou o presidente Guillermo Lasso na terça-feira, após acusações de que decisões de juízes estão impedindo iniciativas para combater o crime.
A violência e o crime, inclusive dentro do sistema prisional, dispararam no Equador no final do ano passado. O governo culpou as quadrilhas de narcotraficantes, que utilizam o país como rota de tráfico em direção aos Estados Unidos e Europa, pela violência.
"Eu não acredito que ninguém esteja feliz com a Justiça no Equador", disse Lasso em uma entrevista transmitida em seus canais de rede sociais. "Estamos trabalhando pela realização de uma consulta popular e poderíamos fazê-la coincidir com as eleições regionais em 2023."
O conservador Lasso declarou um Estado de Emergência, encerrado em meados de dezembro, e enviou centenas de soldados a áreas violentas, embora cidadãos e analistas digam que a operação fracassou em confrontar a pobreza e o policiamento fraco intrínsecos à violência.
Lasso reiterou suas críticas a decisões e sentenças dadas por juízes que permitem liberdade imediata a presidiários.
"Isso impacta a insegurança que vem de toda essa atividade ilegal do tráfico de drogas", disse.
A consulta vai pedir que os eleitores determinem as funções claras de entidades que compõe o sistema judiciário, afirmou Lasso, e perguntará sobre iniciativas de segurança dos cidadãos.
(Reportagem de Alexandra Valencia)