CARACAS (Reuters) - A equipe do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, pediu ao Citibank uma prorrogação de 120 dias para recomprar o ouro que foi garantia de uma troca concedida ao governo de Nicolás Maduro, em uma tentativa de resguardar as reservas de metal, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.
Os assessores do também chefe da Assembleia Nacional, que em janeiro evocou a Constituição para se proclamar presidente interino, iniciaram em meados de fevereiro as conversas com a entidade americana para impedir a execução da garantia, que deveria acontecer este mês.
Não estava clara a data de vencimento da operação na qual o banco poderia assumir controle do ouro.
“Foi solicitado ao Citibank um prazo de 120 dias porque estamos trabalhando pelo fim da usurpação e do governo de transição”, detalhou uma das fontes, referindo-se à intenção da oposição de forçar uma saída do governo de Maduro.
Em um relatório apresentado ao regulador norte-americano em 22 de fevereiro, o Citibank disse que o banco central da Venezuela havia concordado em março em recomprar um “volume significativo de ouro”, como parte de um acordo firmado em 2015, sob o qual o emissor vendeu ouro por 1,6 bilhão de dólares.
No pacto, o banco central concordou em recomprar o ouro que mantinha no banco central britânico e que passou às mãos do Citibank em datas e volumes determinados, acrescentou o texto, que apenas disse que “a próxima data é em março de 2019”.
“No entanto, espera-se a resposta do Citibank à petição”, afirmou outra das fontes consultadas e que assessora o líder opositor.
O Citibank disse que não tinha comentários sobre o pedido.
(Reportagem de Mayela Armas, com reportagem adicional de Corina Pons)