ANCARA (Reuters) - O presidente turco, Tayyip Erdogan, descartou retomar negociações de paz com o proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e prometeu encerrar o conflito, que atravessa o momento mais violento em duas décadas, de uma vez por todas.
Dois membros das forças de segurança foram mortos em confrontos no sudeste turco, de maioria curda, nesta segunda-feira, de acordo com autoridades.
O PKK, que busca autonomia para a região, abandonou um cessar-fogo de dois anos em julho, retomando um conflito que já provocou mais de 40.000 mortes, principalmente de curdos, desde 1984. A violência encerrou um processo de paz, encabeçado por Erdogan, que era visto como a melhor chance de encerrar uma das mais antigas insurgências da região.
"Nós dissemos 'processo de resolução' e eles nos enganaram, não podemos confiar nas palavras deles. Agora está encerrado, vamos acabar com isso", disse Erdogan em discurso à organização humanitária estatal Crescente Vermelho. O pronunciamento foi transmitido ao vivo pela TV.
"Os terroristas podem escolher dois caminhos: se entregar à Justiça ou ser neutralizados, um por um. Não há terceira via na Turquia. Nós tentamos isso várias vezes no passado", disse Erdogan, após negar rumores de que houve recentes contatos com o PKK.
Quase 400 soldados e policiais e milhares de militantes foram mortos desde julho, de acordo com o governo. Partidos políticos da oposição dizem que entre 500 e 1.000 civis também morreram nos combates, centrado em vilas e cidades no sudeste, que abriga a maior parte dos cerca de 15 milhões de curdos da Turquia.