ANKARA (Reuters) - O presidente Tayyip Erdogan disse neste sábado que a Turquia seguiria em frente com sua ofensiva contra o nordeste da Síria e "amassaria a cabeça de terroristas" se um acordo com Washington para a retirada de soldados curdos da região não fosse totalmente implementado.
Erdogan concordou na quinta-feira, em conversas com o vice-presidente americano Mike Pence, com um cessar-fogo de cinco dias para dar tempo para que os soldados curdos se retirem a uma "zona segura" que a Turquia busca estabelecer no nordeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia.
Neste sábado, a frágil trégua mantinha-se ao longo da fronteira, com poucos veículos militares turcos cruzando a linha que separa o país, disseram jornalistas da Reuters no local. Nas últimas 36 horas, houve 14 "ataques provocativos" da Síria, disse o ministério da Defesa da Turquia, acrescentando que continuava a coordenar a implementação do acordo em proximidade com Washington.
Se o acordo com os Estados Unidos, um aliado da OTAN, vacilar, a Turquia continuará sua operação militar de onde parou, disse Erdogan.
"Se funcionar, funcionou. Se não funcionar, continuaremos a amassar as cabeças dos terroristas no minuto em que as 120 horas (do cessar-fogo) terminarem", disse Erdogan a apoiadores na província de Kayseri, no centro da Turquia.
(Reportagem de Tuvan Gumrukcu; Reportagem adicional de Polina Devitt, em Moscou)