Por Hugh Bronstein
BUENOS AIRES (Reuters) - O escândalo que começou com uma ex-autoridade argentina escondendo dinheiro em um convento e se aprofundou quando registros de supostos pagamentos de propina foram publicados tomou um novo rumo nesta segunda-feira com acusações de um advogado da ex-presidente Cristina Kirchner de que um closet no apartamento dela pode ter sido contaminado por um substância tóxica.
Mais de uma dúzia de executivos de companhias de construção e autoridades do governo Cristina Kirchner foram presas como resultado de uma investigação de corrupção. O escândalo ameaça deteriorar a economia argentina em apuros e atormentar a eleição presidencial do ano que vem.
Investigadores realizaram busca no apartamento de Cristina em Buenos Aires na semana passada. Ela publicou nesta segunda-feira em sua página no Facebook (NASDAQ:FB) um comunicado de seu advogado dizendo que funcionários domésticos que limparam seu closet após as buscas ficaram misteriosamente doentes.
“Uma situação extraordinariamente grave surgiu na residência”, disse o advogado Carlos Alberto Beraldi em comunicado.
Ele descreveu que funcionários da limpeza foram de repente assolados por “tonturas, fortes coceiras na garganta e olhos e dificuldades de respiração”. O comunicado dizia que os funcionários foram tratados em hospital.
“Foi verificado que as doenças foram causadas por contato com uma substância tóxica e foi recomendado evitar reexposição ao mesmo ambiente”, segundo o comunicado.
“Por esta razão, minha cliente decidiu não retornar ao apartamento até que haja uma inspeção do local e dos itens que foram alvos de manipulação durante a operação de busca.”
Uma porta-voz do governo se negou a comentar. Cristina Kirchner nega qualquer ato irregular e diz estar sendo perseguida pelo presidente Mauricio Macri. Os dois podem se enfrentar na eleição presidencial do ano que vem.
(Reportagem adicional de Eliana Raszewski e Walter Bianchi)