Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - As tentativas de Steve Bannon, ex-conselheiro da Casa Branca, de exportar a modalidade de populismo do presidente norte-americano, Donald Trump, para a Europa enfrenta dificuldades, de acordo com vários de seus parceiros antigos e atuais na Itália e na Bélgica.
Depois que Bannon foi acusado de fraude por seu papel em uma iniciativa para angariar dinheiro para ajudar a erguer o muro prometido por Trump na fronteira entre os Estados Unidos e o México, duas pessoas que trabalham com ele disseram que um esforço para fundar uma academia para ativistas católicos de direita na Itália é alvo de um inquérito criminal do tribunal criminal de Roma e que um projeto que visava acabar com a União Europeia foi encerrado.
Depois de ajudar a conduzir Trump à sua vitória eleitoral de 2016, Bannon atuou durante sete meses como estrategista-chefe da Casa Branca. Ele voltou brevemente ao seu antigo empregador, o site de direita Breitbart News, mas mais tarde deixou o posto.
Depois ele voltou a atenção para a Europa, onde tentou estabelecer o que seu parceiro italiano classifica como uma "academia para o Ocidente judaico-cristão" em um monastério italiano e promover partidos de direita céticos a respeito da UE.
O instituto Dignitatis Humanae, que apoia causas de católicos conservadores e tem sede no monastério, está tentando montar um programa de duas iniciativas: a chamada "academia para o Ocidente judaico-cristão" e a Academia Cardeal Martino, que promoverá ensinamentos sociais católicos, disse Benjamin Harnwell, ex-ativista do Partido Conservador britânico que comanda o instituto e trabalha com Bannon.
Em outubro, o Ministério da Cultura italiano revogou a permissão do instituto de usar o monastério, dizendo que a instituição de Harnwell não cumpriu os requisitos para administrá-lo e que mentiu quando solicitou o uso do edifício – mas uma corte administrativa local suspendeu a ordem de despejo.
Separadamente, um projeto sediado em Bruxelas e apoiado por Bannon que objetivava acabar com a UE foi descartado no ano passado, disse Mischael Modrikamen, o advogado belga que se uniu ao ex-conselheiro para promover "O Movimento" contrário ao bloco.
Bannon e sua porta-voz não responderam a diversos pedidos de comentário sobre suas atividades no Velho Continente.
Ele foi preso no mês passado em um iate e se declarou inocente ao ser acusado de fraudar centenas de milhares de doadores por meio da campanha de 25 milhões de dólares chamada "We Build the Wall", dizendo que as acusações têm motivação política.
(Reportagem adicional de Angelo Amante e Philip Pullella em Roma)