MADRI (Reuters) - A eleição geral do mês que vem dificilmente romperá o impasse político na Espanha, uma vez que nem partidos de esquerda nem de direita parecem capazes de obter uma maioria parlamentar, de acordo com um apanhado de pesquisas divulgado pelo jornal El País nesta terça-feira.
Os eleitores da quarta maior economia da zona do euro votarão pela segunda vez neste ano no dia 10 de novembro. Os socialistas do primeiro-ministro interino, Pedro Sánchez, não conseguiram garantir uma maioria em uma eleição de abril.
A sondagem foi publicada uma semana depois de juízes imporem longas penas de prisão a líderes de um movimento separatista da região rica da Catalunha, um tema que dominou o panorama político do país nos últimos anos e desencadeou protestos violentos na semana passada.
Projeções mostraram que Sánchez deve ganhar três cadeiras e chegar a 126, mas, mesmo com o apoio de dois partidos de esquerda menores, uma aliança liderada pelos socialistas ficaria aquém dos 176 assentos necessários para uma maioria -- o que a tornaria dependente do apoio adicional de legendas regionais.
O Partido Popular (PP), de centro-direita, que juntamente com os socialistas predominou no cenário político espanhol na maior parte de sua história recente, acrescentaria 30 cadeiras e elevaria o total a 96, segundo a pesquisa.
Mas mesmo que o PP formasse uma aliança com os Ciudadanos, também de centro-direita, e com o partido Vox, de extrema-direita, uma maioria continuaria fora de alcance.
O Vox, que conquistou suas primeiras vagas parlamentares na votação anterior, deve obter mais 10 cadeiras e superar o Ciudadanos e o Podemos, de esquerda, e se tornar o terceiro maior grupo do Legislativo, mostrou a enquete.
(Por Isla Binnie e Tomas Cobos)