Por Ingrid Melander e Nathan Allen
MADRI/LONDRES (Reuters) - A Espanha é novamente segura para turistas e cidadãos espanhóis, insistiu o governo neste domingo depois que a Grã-Bretanha impôs abruptamente uma quarentena de duas semanas aos viajantes que retornam de lá, uma decisão que encheu turistas de preocupação.
No ano passado, os britânicos representaram mais de um quinto dos estrangeiros que visitaram a Espanha, país que depende muito das receitas do turismo, o que significa que a nova medida da Grã-Bretanha pode ser um duro golpe nos esforços para reestabelecer a economia do país mediterrâneo após meses de bloqueio.
"A Espanha é segura, é segura para os espanhóis, é segura para turistas", disse a ministra das Relações Exteriores Arancha Gonzalez Laya a repórteres.
O governo espanhol concentrará seus esforços na tentativa de convencer a Grã-Bretanha a excluir as ilhas Baleares e Canárias da quarentena, disse ela, acrescentando que a prevalência do vírus nesses destinos populares de viagens é muito menor do que no Reino Unido.
A Espanha viu os casos de COVID-19 aumentarem nas últimas semanas e a Grã-Bretanha anunciou no sábado que retiraria o país de uma lista de locais seguros para viajar. A quarentena entrou em vigor horas depois.
A medida atrapalhou os planos de muitas pessoas em férias ou que planejavam tirar férias, e causou mais problemas para as companhias aéreas e empresas de turismo.
Se por um lado Gonzalez Laya evitou criticar diretamente a mudança na Grã-Bretanha, os turistas britânicos na Espanha foram mais diretos.
"É um pouco maluco, considerando que as restrições existentes na Espanha já são muito boas, com máscaras, desinfecção de tudo, lavagem das mãos nos comércios. Isso é melhor do que o que temos em Londres", disse Rich Lambert, um profissional de comunicação, no aeroporto de Barcelona.
A Grã-Bretanha também desaconselhou todas as viagens, exceto as essenciais, à Espanha continental, deixando as ilhas fora do conselho, mas incluindo-as na medida de quarentena.