MADRI/LAMPEDUSA (Reuters) - A Espanha reiterou nesta segunda-feira sua oferta de permitir que 107 imigrantes à deriva no Mar Mediterrâneo há 18 dias desembarquem em um porto espanhol, mas criticou a Itália por impedi-los de atracar na ilha italiana de Lampedusa.
O navio de resgate espanhol Open Arms havia informado mais cedo nesta segunda-feira que os governos dos dois países europeus pareciam ter firmado um acordo para o desembarque dos imigrantes na ilha espanhola de Maiorca, mas as autoridades da Espanha negaram.
"A única informação correta é a de que o governo espanhol ofereceu ao Open Arms se dirigir ao porto espanhol mais próximo e que o governo italiano está infringindo a lei ao impedir que os imigrantes desembarquem em Lampedusa", informou a administração da Espanha em um comunicado.
Os imigrantes, que aguardam no litoral da Itália há mais de uma quinzena, estão no meio de um cabo de guerra entre a abordagem rígida do ministro do Interior italiano de extrema-direita, Matteo Salvini, e a relutância inicial da União Europeia para encontrar uma solução.
O governo espanhol disse que não recebeu uma resposta clara do Open Arms sobre como deseja proceder.
A vice-premiê da Espanha, Carmen Calvo, disse à rádio Cadena Star que o governo "passou todo o fim de semana conversando com o governo italiano, pedindo a eles que respondessem".
O Open Arms alegou que qualquer rota mais distante era "incompreensível", dada a deterioração do navio e sua proximidade da ilha de Lampedusa.
Desembarcar em Maiorca prolongaria por três dias uma situação já dramática.
Em uma rede social, Salvini comentou que "não desistiria" de sua decisão quanto ao fechamento dos portos italianos.
(Por Jose Elías Rodríguez e Andrés González)