BAGDÁ (Reuters) - Militantes do Estado Islâmico executaram mais 36 membros de uma tribo do Iraque que resistiu por semanas a avanços do grupo militante sunita na província de Anbar, no oeste do país, disse um integrante da tribo nesta segunda-feira.
"Eles foram mortos a tiros em Ramadi", afirmou Hamdan al-Nimrawi, da tribo Albu Nimr, que já tinha perdido 322 pessoas na semana passada em um dos piores episódios de violência desde que os militantes sunitas tomaram o norte do Iraque, em junho.
A matança começou na semana passada, quando militantes do Estado Islâmico começaram a caçar e executar um grande número de membros da tribo, despejando-os em valas comuns ou em estradas, depois de capturar sua principal aldeia em Anbar.
A tribo Albu Nimr, que também é sunita, havia imposto uma resistência feroz contra o Estado Islâmico por semanas, mas sofreu com pouca munição, alimentos e combustível na semana passada, já que os combatentes militantes os cercaram na aldeia de Zauiyat Albu Nimr.
O Ministério de Direitos Humanos do Iraque informou no domingo que os militantes do Estado Islâmico tinham matado 322 membros da tribo, incluindo dezenas de mulheres e crianças, cujos corpos foram jogados em um poço.
Um líder da tribo, Sheikh Naeem al-Ga'oud, disse à Reuters na semana passada que pediu repetidamente ao governo central, liderado pelos xiitas, e ao Exército para que ajudassem com homens armados, mas que nenhuma ação foi tomada.
A tomada da aldeia é um golpe nas esperanças do governo de Bagdá de que homens das tribos sunitas de Anbar, que já ajudaram os fuzileiros navais dos Estados Unidos a derrotar a Al Qaeda, se tornariam uma grande força novamente contra o inimigo.
O Estado Islâmico já controla a maior parte da vasta província desértica que vai da fronteira com a Síria até os arredores no oeste de Bagdá. Isso inclui as cidades do vale do rio Eufrates dominadas por tribos sunitas.
(Reportagem de Michael Georgy)