BEIRUTE (Reuters) - Um vídeo publicado on-line por militantes do Estado Islâmico nesta terça-feira mostrou uma criança matando Muhammad Musallam, um árabe israelense acusado pelo grupo de ser um espião da Mossad, com uma bala na cabeça.
O vídeo, publicado por meio de comunicação do grupo chamado Furqan, mostrou Musallam sentado numa sala vestindo um macacão laranja, falando sobre como ele havia sido recrutado e treinado pelo serviço de inteligência israelense. Ele disse que seu pai e irmão mais velho o incentivaram.
Depois disso, a imagem mostrou Musallam sendo escoltado a um campo e executado por uma criança, descrita por um combatente mais velho e de língua francesa como um dos "filhotes do califado".
A Reuters não pôde verificar imediatamente a autenticidade das imagens, que também apareceram no Twitter usado por partidários do Estado Islâmico.
Autoridades de segurança israelenses disseram que tinham conhecimento do vídeo, mas não puderam confirmar se era autêntico.
O vídeo, com cerca de 13 minutos de duração, mostrou Musallam de joelhos enquanto ouvia o combatente mais velho falando o veredicto em francês.
Depois, o menino, vestindo um uniforme militar e armado com uma pistola, fica cara a cara com Musallam e dispara uma bala na testa dele. Musallam desmorona, e então a criança atira mais três vezes e grita "Allahu Akbar!" (Deus é o maior).
No vídeo, Musallam repetiu o que disse no mês passado em uma entrevista publicada pela revista em inglês do grupo Dabiq, na qual afirmou que se juntou ao Estado Islâmico para informar aos israelenses sobre esconderijos de armas, bases e recrutas palestinos. Israel e sua família negaram que ele era um espião israelense.
"Eu digo a meu pai e meu filho: Arrependei-vos a Deus. Digo para os espiões que espionam o Estado Islâmico: Você não vai ser bem-sucedido", disse Musallam no último vídeo, em árabe.
A família de Musallam afirmou que ele desapareceu durante uma viagem turística para a Turquia e um funcionário de segurança israelense disse que ele foi para a Síria lutar pelo Estado Islâmico em outubro do ano passado.
(Por Mariam Karouny e Ali Abdellati no Cairo)