Por Mirwais Harooni
CABUL (Reuters) - O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por um ataque suicida em uma mesquita xiita lotada de Cabul nesta segunda-feira que matou ao menos 30 pessoas e feriu dezenas, seu terceiro grande atentado contra os xiitas minoritários na capital afegã desde julho.
Autoridades disseram que o agressor entrou na mesquita de Baqir-ul-Olum pouco depois do meio-dia, quando os fiéis se reuniam para o Arbaeen, um ritual xiita que marca o período de luto de 40 dias pela morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé, no século 7.
Um comunicado em árabe da agência de notícias Amaq, do Estado Islâmico, disse que um de seus combatentes atingiu a mesquita.
Rivalidades sectárias sangrentas entre muçulmanos sunitas e xiitas têm sido relativamente raras no Afeganistão, país de maioria sunita, mas o ataque sublinha a nova e mortífera dimensão que a tensão étnica crescente pode levar a seu conflito de décadas.
Fraidoon Obaidi, chefe do Departamento de Investigação Criminal da polícia de Cabul, disse que ao menos 27 pessoas foram mortas e que 35 ficaram feridas. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que no mínino 32 morreram e mais de 50 se feriram, inclusive muitas crianças, e descreveu a ação como "uma atrocidade".
"Vi pessoas gritando e cobertas de sangue", disse um sobrevivente à televisão afegã Ariana, acrescentando que cerca de 40 mortos e 80 feridos foram levados do edifício antes de os serviços de resgate chegarem ao local.
Outra testemunha contou ter ajudado a levar entre 30 e 35 corpos para fora da mesquita.
O Estado Islâmico, baseado sobretudo em Nangarhar, Estado do leste na fronteira com o Paquistão, vem ampliando gradualmente seu alcance desde que emergiu no Afeganistão no ano passado com a reputação de defender um fundamentalismo radical e dar mostras de brutalidade.