SÃO PAULO (Reuters) - Sequência do inesperado sucesso mundial de 2011, "O Exótico Hotel Marigold 2", do diretor inglês John Madden, compreensivelmente é mais do mesmo. Ou seja, repete o afinado elenco, reunindo alguns dos melhores intérpretes britânicos, como Judi Dench e Maggie Smith, ao lado de veteranos norte-americanos como Richard Gere funcionando como novidades.
Quem assistiu – e ainda lembra – do primeiro filme, como este dirigido por Madden e roteirizado por Ol Parker, vai acompanhar melhor o desdobramento das intrigas iniciais, como o romance que não ata nem desata entre Evelyn (Judi Dench) e Douglas (Bill Nighy) e o assanhamento incurável de Madge (Celia Imre), agora oscilando entre dois pretendentes.
Estes e outros conflitos acontecem sob o teto do mesmo Hotel Marigold, na Índia, que estes veteranos cansados da velha Inglaterra escolheram como novo refúgio, sob a proteção do frenético jovem proprietário, Sonny (Dev Patel).
Ajudado, já no primeiro filme, pela rabugenta Muriel Donnelly (Maggie Smith) a botar ordem na administração do hotel, é com ela que Sonny vai aos EUA, tentando obter um financiamento para comprar um segundo hotel. Logo depois, eles ficam sabendo que um inspetor da companhia que procuraram será despachado anonimamente para checar o funcionamento do Marigold e ver se eles se qualificam ao investimento.
Há apenas um quarto vago e aparecem dois candidatos, ambos americanos: Guy Chambers (Richard Gere), que se apresenta como escritor, e Lavinia Beech (Tamsin Greig), esta um tanto mais jovem do que a média dos hóspedes ali. Sonny cisma que Guy é o inspetor esperado e o enche de atenções, tratando com desleixo a outra pobre hóspede, que é relegada a um quarto não exatamente pronto.
Guy fica de olho na bela mãe de Sonny, a viúva sra. Kapoor (Lilette Dubey), criando mais um imbróglio romântico num ambiente em que pontuam também desconfianças entre o casal formado por Norman (Ronald Pickup), que suspeita da traição de sua bela Carol (Diana Hardcastle). Isto sem contar as complicações do noivado entre Sonny e Sunaina (Tina Desai) a partir das intromissões de um amigo do irmão dela, Kushal (Shazad Latif).
Todas estas confusões são desenvolvidas em ritmo bem rápido – assim, não é difícil se perder um pouco nos inúmeros incidentes. O filme também pisca um olho às fórmulas da produção de Bollywood, como é chamado o ativo centro de produção cinematográfica indiano, nesta abundância de incidentes e também em números musicais, como a coreografada dança do noivado de Sonny e Sunaina.
No final, "O Exótico Hotel Marigold 2" é aquele tipo de filme digestivo, que não tem nenhuma grande pretensão – mas também se esquece rápido. E, ao que tudo indica, não há gás para um terceiro episódio, como admitiu bem humoradamente o próprio diretor Madden, que veio ao Brasil lançar o filme numa première que abriu o festival pernambucano Cine PE, no sábado.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
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