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ESTREIAS-Nacionais “Paraíso Perdido” e "João de Deus" chegam aos cinemas no feriado

Publicado 30.05.2018, 17:32
ESTREIAS-Nacionais “Paraíso Perdido” e "João de Deus" chegam aos cinemas no feriado

SÃO PAULO (Reuters) - Veja um resumo dos principais filmes que estreiam no país na quinta-feira, feriado de Corpus Christi:

"PARAÍSO PERDIDO"

- Em “Paraíso Perdido”, a diretora e roteirista Monique Gardenberg criou uma delicada teia de relações familiares ligadas pela música. O cenário é praticamente único: a boate que dá nome ao filme, de propriedade do patriarca interpretado por Erasmo Carlos. Nesse ambiente, filhos, netos e agregados se apresentam, mas suas vidas são dramas tão musicais quanto aqueles do palco.

Um dos grandes achados do filme é o cantor Jaloo, que interpreta Imã, neto do dono, cuja mãe (Hermila Guedes) está presa. Estreante no cinema, o músico tem um domínio de cena impressionante, o que não quer dizer que os demais atores e atrizes não se destaquem. Gardenberg criou um filme-coral, no qual todos têm o seu momento no centro do palco.

Com tal estrutura, a diretora se arrisca, mas o resultado é muito bem resolvido – com apoio fundamental da fotografia de Pedro Farkas –, criando um grupo de personagens densos e momentos memoráveis.

"JOÃO DE DEUS - O SILÊNCIO É UMA PRECE"

- Não há dúvidas de que o médium João de Deus é uma figura interessante e enigmática, cuja vida poderia render um bom documentário. Porém, o filme “João de Deus – O Silêncio é uma Prece” fica no meio do caminho entre o registro e um longo vídeo institucional sobre o trabalho do biografado.

A falta de foco, no longa assinado por Candé Salles, talvez seja o maior dos problemas. Quem não conhece João de Deus e seu trabalho sai da sessão de cinema continuando a desconhecer muito sobre sua trajetória. O filme concentra-se em suas cirurgias – especialmente as físicas, mostrando cortes e sangue escorrendo incessantemente, a ponto de beirar o sensacionalismo.

Com depoimentos laudatórios, o documentário funciona mais como uma longa propaganda dos serviços de João e da sua Casa Dom Inácio, em Abadiânia (GO), do que uma investigação sobre o seu trabalho. Sendo ele tão carismático, o resultado é frustrante em sua superficialidade.

"NÃO SE ACEITAM DEVOLUÇÕES"

- Leandro Hassum protagoniza esta versão brasileira da comédia mexicana “Não Aceitamos Devoluções”, que não traz nada de novo em relação ao original de 2013. Dirigida por André Moraes, a comédia segue de perto o outro filme, mudando apenas a língua e a origem do protagonista.

Hassum é Juca Valente, que mora no litoral paulista, até o dia em que uma ex-namorada americana (Laura Ramos) deixa com ele uma bebê dizendo que é sua filha. Ele vai para os EUA tentar devolver a garota, mas se afeiçoa a ela, consegue um emprego como dublê e, com o passar dos anos, dá uma boa vida à menina (Manuela Kfouri). Até que a mãe aparece de volta.

Previsível e melosa, a trama vai abrindo mão do tom cômico até se tornar um drama pela disputa da menina. Hassum, por sua vez, parece atuar no piloto automático, fazendo o mesmo personagem pela enésima vez. Se ao menos houvesse alguma química entre ele e a garota, talvez o filme não fosse tão enfadonho.

"GNOMEU E JULIETA - O MISTÉRIO DO JARDIM"

- A nova animação sobre o casal de anões de jardim Gnomeu e Julieta troca William Shakespeare por Arthur Conan Doyle, e Stratford-Upon-Avon por Londres, para onde os donos do casal se mudam, levando toda a parafernália que decora a frente de sua casa. O resultado é bem inferior ao original de 2011, especialmente pela falta de criatividade.

Ao se estabelecerem na nova casa, Gnomeu e Julieta enfrentam problemas de relacionamento e atribulações da cidade grande. Além disso, um vilão está sequestrando a população inteira dos jardins, cabendo a Sherlock Gnomes, com a ajuda de Watson e do casal, resolver o mistério.

Os personagens são marcantes em seus detalhes – o barulho da porcelana batendo em si mesma é impressionante –, mas não rendem todo seu potencial, presos a uma historinha tola. As figuras fofas e coloridas devem agradar aos menores, mas é difícil imaginar que alguém além deles consiga ficar acordado até o fim.

"EU SÓ POSSO IMAGINAR"

- Baseado na vida do cantor e compositor Bart Millard, o filme “Eu Só Posso Imaginar”, nome da canção que o projetou, é uma versão edificante das dificuldades que ele enfrentou e superou para tornar-se um dos maiores intérpretes cristãos dos Estados Unidos, recordista de prêmios e vendagem.

Filho de pai abusivo (Dennis Quaid), Bart (J. Michael Finley) vê a mãe abandonar a família por causa dos maus-tratos que ambos sofrem. Incentivado por uma professora, passa a cantar músicas cristãs nas apresentações da escola e ganha gosto pela atividade, contra a vontade do pai.

Em busca de realizar seu sonho, une-se à banda MercyMe e cai na estrada. O sucesso chega com a música “I Can Only Imagine”, que relembra a difícil relação com o pai, e se torna uma das mais tocadas do país. Ancorado em mensagens cristãs, o filme não supera o formato televisivo e mira no fortalecimento da fé da plateia cristã por meio de exemplos de perseverança e perdão.

(Por Alysson Oliveira e Luiz Vita, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20180530T203203+0000

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