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ESTREIAS-Suspense “Buscando...” e “Uma Questão Pessoal” chegam aos cinemas

Publicado 19.09.2018, 17:29
ESTREIAS-Suspense “Buscando...” e “Uma Questão Pessoal” chegam aos cinemas
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SÃO PAULO (Reuters) - Veja um resumo dos principais filmes que estreiam no país na quinta-feira:

“BUSCANDO...”

- Para uma mãe ou um pai, “Buscando...” é um filme de terror – para o restante do público, um suspense bem elaborado e executado, tenso do começo ao fim, repleto de reviravoltas, algumas coisas que não fazem lá muito sentido, mas dentro da trama funcionam bem.

O seu diretor é o estreante Aneesh Chaganty, um ex-funcionário do Google (NASDAQ:GOOGL), cujo conhecimento de tecnologia dá veracidade ao filme em narrativa que se passa inteiramente dentro do ambiente virtual. A filha de David (John Cho) desaparece e redes sociais e afins se tornam a principal fonte de pistas da investigação, liderada pela Detetive Vick (Debra Messing).

Chaganty cria um quebra-cabeças virtual repleto de reviravoltas e tensão. O que mais impressiona em “Buscando...”, mais do que o uso da tecnologia na construção da narrativa, é como o filme é capaz de captar o momento em que todo mundo na internet se tornou um juiz, batendo o martelo e decidindo destinos.

“UMA QUESTÃO PESSOAL”

- Último filme que teve uma parceria – ainda que apenas no argumento – dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, o drama histórico “Uma Questão Pessoal” volta a um território que foi sempre muito caro aos celebrados cineastas italianos, o da história, do antifascismo e da literatura. Vittorio, o mais velho dos irmãos, morreu em abril último, aos 88 anos. Paolo, de 86, assinou sozinho como diretor deste filme.

Baseado em romance de Beppe Fenoglio, o filme é ambientado em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial. Milton (Luca Marinelli) é um jovem militante da Resistência italiana que se encontra nas colinas do Piemonte. E chega por acaso diante de uma grande casa, que tem um lugar especial em seu passado. Ali passou vários verões com seus inseparáveis amigos Giorgio (Lorenzo Richelmy) e Fulvia (Valentina Bellè), a dona da casa.

Fulvia joga seu charme para ambos, de temperamentos opostos. Giorgio é mais ousado e gosta de dançar. Milton, tímido e contido, expõe sua paixão em cartas que ela estimula. Uma conversa com a empregada da casa, a única que ficou ali durante estes tempos de guerra, acende uma dúvida no espírito de Milton – Fulvia e Giorgio tiveram um romance? Atormentado pelo ciúme, Milton consegue uma licença e parte à procura do amigo, o que vai colocá-lo diante de escolhas decisivas.

"SEM DATA, SEM ASSINATURA”

- Premiado na mostra Horizontes do Festival de Veneza de 2017 (melhor diretor e melhor ator para Navid Mohammadzadeh), “Sem Data, Sem Assinatura”, do iraniano Vahid Jalilvand, acompanha o drama moral do médico Narimam (Amir Aghaee) que atropela o motociclista Moosa (Navid Mohammadzadeh), que trafega na beira de uma avenida levando a mulher e dois filhos na garupa. Com a queda, o menino mais velho sofre leves escoriações, mas parece fora de perigo.

Narimam não quer chamar a polícia, pois está com o seguro do carro atrasado, e insiste para que Moosa leve a criança ao hospital para exames. O pai rejeita e volta com a família para casa.

No dia seguinte, o corpo do menino é levado para autópsia no mesmo hospital no qual Narimam é legista. Não se sabe ainda as causas da morte, mas o médico é atormentado pela culpa.

A morte da criança desencadeará outros fatos, que fugirão ao controle tanto do médico como do pai da criança. No fundo, todos têm alguma parcela de culpa pelo que aconteceu, mas como determinar quem é o responsável direto pela morte do menino? Destaque para a excepcional atuação do premiado ator Navid Mohammadzadeh, que desce ao inferno para expiar a culpa que também se julga merecedor.

“O MISTÉRIO DO RELÓGIO NA PAREDE”

- O grande mistério na realidade é tentar saber por que demorou mais de quatro décadas para a adaptação do romance infanto-juvenil homônimo de John Bellairs chegar aos cinemas. Como, durante a febre Harry Potter, ninguém pensou em transformar o livro em filme? Os paralelos não são poucos: ambos são protagonizados por órfãos envolvidos com magia, entre outras coisas.

O diretor Eli Roth, mais conhecido por filmes de terror sanguinolentos (“O Albergue”), baixa o tom para contar a história de Lewis (Owen Vaccaro) que, após a morte de seus pais, vai morar com seu tio Jonathan (Jack Black), um feiticeiro, e a vizinha dele, a bruxa Sra. Zimmerman (Cate Blanchett).

Esse chega a ser um filme típico de casa assombrada, mas pelo olhar infantil, o que o torna lúdico e levemente cômico. Há algumas passagens ligeiramente nojentinhas, que devem agradar bastante às crianças. Aos adultos, cabe também a performance milimétrica de Blanchett – sempre grande em tudo o que faz.

“22 MILHAS”

- Mark Wahlberg é o herói recorrente dos filmes do diretor Peter Berg. Invencível e, aparentemente, imortal, ele toma em suas mãos a salvação de pessoas e do dia. Essa é a quarta colaboração da dupla, que inclui “O Grande Herói” e “O Dia do Atentado”.

Aqui, nada de diferente da cartilha que já estabeleceram. O ator interpreta James Silva, um dos homens mais inteligentes do mundo, integrante de um grupo de elite paramilitar. O filme, que parece não perceber que a Guerra Fria acabou, começa com a equipe liquidando espiões russos. Anos depois, num país asiático fictício, um policial (Iko Uwais) pede asilo aos EUA.

A equipe de Silva será responsável por transportar o sujeito da embaixada até o aeroporto. A partir daí o filme se torna um videogame sanguinolento e enfadonho. O objetivo é ir de um ponto a outro e eliminar os inimigos no meio do caminho – com a diferença que nos acabe apenas assistir e não tomar parte do jogo.

(Por Neusa Barbosa, Alysson Oliveira e Luiz Vita, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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