SÃO PAULO (Reuters) - O drama dinamarquês “Ande Comigo”, dirigido por Lisa Ohlin, lida com feridas de guerra físicas e emocionais. Seu protagonista é Thomas (Mikkel Boe Følsgaard), um soldado em missão em Helmand, no Afeganistão, onde, nos primeiros minutos de filme, perde as pernas com a explosão de uma mina.
Sofie (Cecilie Lassen) é uma jovem bailarina em ascensão que está em crise. Além disso, ela ajuda uma parente, que está numa clínica de reabilitação, a ganhar força muscular depois de uma doença. É nesse mesmo lugar que conhecerá Thomas. O rapaz está cada vez mais deprimido com a lentidão do processo de recuperação, e quer voltar logo à ativa.
O roteiro de Karina Dam caminha na proximidade dos clichês, mas as interpretações da dupla central conseguem trazer uma tônica aos personagens e situações, mesmo flertando com o óbvio. É claro que Sofie acabará oferecendo para ajudar o soldado a recuperar-se, tendo um método pouco ortodoxo, dada a sua experiência como bailarina e não fisioterapeuta ou médica.
Entre os dois surgem laços de amizade, que, aos poucos, se estreitam. A diretora extrai belas imagens quando contrapõe a sobriedade do balé contra a crueza de uma guerra – mostrada especialmente no começo do longa.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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